Da Redação
Com Lusa
O ministro do Turismo da Argentina, Gustavo Santos, esteve em reunião com a administração da transportadora aérea portuguesa TAP, em Lisboa, para iniciar um “diálogo aberto e construtivo” sobre uma futura ligação direta com Buenos Aires.
“Acredito que o mercado de fluxos turísticos entre Portugal e a Argentina está numa etapa emergente, que pode crescer muito mais, e estou convencido que somos dois países com um desenvolvimento turístico importante e que podemos apoiar-nos mutuamente”, disse o governante em declarações à agência Lusa.
Para isso, é necessário ultrapassar um “obstáculo”, de acordo com Gustavo Santos, já que os voos entre Buenos Aires – capital da Argentina -, e Lisboa, obrigam a escalas em cidades como Madrid (Espanha) ou São Paulo (Brasil).
“Não há ligação direta e esperamos vir a tê-la. A Argentina está a regular o seu mercado comercial [no setor aéreo] e está à procura de ligações com o mundo inteiro, pelo que a conexão com Portugal seria, seguramente, muito proveitosa”, acrescentou o ministro do Turismo da Argentina, justificando assim a reunião desta tarde com a administração da TAP.
Gustavo Santos escusou-se, contudo, a apontar datas, argumentando que a decisão caberá à transportadora aérea.
“Vamos conversar dos potenciais desta rota, da vontade do governo argentino de articulá-la e de promovê-la. Vamos falar, seguramente, de tudo o que possamos fazer juntos e, a partir daí, deverá haver uma decisão da empresa”, indicou antes da reunião.
O governante ressalvou que esta não é “uma ligação de carro feita através de uma concessionária”, mas “muito mais complexa”.
“O importante é que comecemos a ter um diálogo aberto, construtivo, e o que quero manifestar aqui hoje em Lisboa é a vontade do governo argentino de ser sócio de Portugal, de aprofundar uma sociedade e o afeto com este grande país”, acrescentou Gustavo Santos.
Além do encontro com os dirigentes da TAP, o governante argentino vai reunir-se com a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, com vista a uma promoção turística mútua e à consolidação das relações bilaterais.
O responsável admitiu que, atualmente, “não existem muitos” portugueses a visitar a Argentina, representando uma média de 15 mil turistas por ano.
Ainda assim, mostrou-se “convencido que este valor se possa multiplicar rapidamente”, por dois ou por três, com uma futura rota direta.
“O turista argentino é um turista que viaja muito e os portugueses também teriam possibilidade de conhecer um país tão diverso como a Argentina, um verdadeiro continente em si mesmo, com quatro climas, com distintas naturezas e culturas”, destacou.
Além deste intercâmbio de turistas, o objetivo é que a ligação aérea direta permita a ambos os países apostar em outros mercados, como o chinês, que é hoje o principal emissor mundial de visitantes.
Por seu lado, o embaixador da Argentina em Portugal, Oscar Armando Moscariello, notou que a ligação aérea direta “não depende nem dos portugueses nem dos argentinos, depende da empresa [a TAP]”.
Além desta rota, o responsável falou em outras ações em curso para promover a Argentina como destino, como o contacto com agências de viagens.
“Essa oferta já existe, mas julgo que a inexistência de uma rota direta tem impedido uma aposta maior”, observou Oscar Armando Moscariello, adiantando que “ter um ‘hub’ [centro de operações] aqui em Lisboa ou no Porto seria importante para incentivar este intercâmbio”.