Governo acompanha expulsão de mil estudantes portugueses de hotel da Espanha

Mundo Lusíada
Com Lusa

Segundo o ministro português da educação, o Governo está a “seguir com atenção” o caso dos alegados danos provocados por estudantes portugueses num hotel em Espanha. Mas Tiago Brandão Rodrigues pediu “alguma serenidade” para entender o que realmente aconteceu neste caso.

O hotel confirmou o incidente, tendo remetido explicações para uma conferência de imprensa e que foi, entretanto, cancelada. O hotel localiza-se em Los Álamos, uma zona de Torremolinos, perto de Benalmádena.

Um grupo de 1.100 estudantes portugueses foi expulso do hotel Pueblo Camino Real, por alegados danos nas instalações, pedindo reparações no valor de 50 mil euros.

Da parte portuguesa, o gerente da agência que organizou a viagem de finalistas a Torremolinos disse que apresentou duas queixas na polícia espanhola contra o hotel por apropriação indevida do total das cauções e por incumprimento contratual.

Em declarações à agência Lusa, Nuno Dias explicou que o hotel recusou-se a entregar 35 mil euros (correspondente a parte da caução) sem fazer prova dos estragos e ao longo dos seis dias de estadia prestou um serviço abaixo do que estava contratualizado.

“Não me apresentou um relatório de danos devidamente averbado, não me permitiu ver os danos de forma presencial e disse que ficaria com o dinheiro”, frisou Nuno Dias.

No momento de entrada no hotel, explicou, foram pagos 51.300 euros e deste valor foram devolvidos 15 mil euros.

“No limite se existiam tantos estragos que justificassem a apropriação desta quantia deveria ter-me sido mostrado de forma presencial todos esses danos para que eu pudesse resolver e atestar com o grupo. Até ao dia de hoje a única coisa que me foi mostrada foi um fotografia de um quarto em que tinha tirada parte da tinta. Tudo o resto que o hotel alega nunca me foi mostrado”, disse.

O responsável do hotel, adiantou o gerente da agência Slide In, exigiu ainda sobre os 35 mil “retidos indevidamente” um pagamento adicional de 50 mil euros para o pagamento dos estragos.

Relativamente ao incumprimento contratual, o gerente, que esteve também hospedado no hotel, explicou que houve várias situações relatadas pelos jovens portugueses, que tentou resolver sem sucesso, nomeadamente a não limpeza dos quartos, a falta de refeições adequadas e em quantidade suficiente e o permanente corte do serviço bar aberto.

Nuno Dias disse ainda que as duas queixas foram apresentadas no sábado, quando o proprietário do hotel impediu que a equipe de adultos (técnicos de som, motoristas) que acompanharam a viagem dos jovens retirasse as suas malas e material de trabalho após o ‘check out’.

Neste dia, explicou, foi a polícia espanhola e portuguesa, que se encontrava no local a pedido do proprietário do hotel, que o obrigou a deixar a organização entrar para buscar as suas coisas.

Numa outra situação, adiantou, a polícia foi chamada pela organização da viagem depois de lhe ter sido negado o livro de reclamações.

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