Governo abre inquérito após fuga de 17 migrantes ilegais que cumpriam quarentena

Migrantes interceptados no Algarve, 2020. Foto: Luís Forra/Lusa

Da Redação
Com Lusa

Nesta quinta-feira, o ministro da Administração Interna pediu a abertura de um inquérito após fuga de 17 migrantes do norte de África que desembarcaram em setembro no Algarve e fugiram, durante a madrugada, do quartel em Tavira onde estavam instalados.

Em comunicado, o Ministério da Administração Interna (MAI) adianta que o inquérito se destina “ao apuramento das circunstâncias da referida fuga e de eventuais responsabilidades disciplinares de elementos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e da Polícia de Segurança Pública (PSP)”.

“O ministro da Administração Interna determinou à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) a instauração de um processo de inquérito sobre os factos relacionados com a fuga de 17 cidadãos estrangeiros que se encontravam instalados no Quartel da Atalaia, do Regimento de Infantaria n.º 1 do Destacamento de Tavira, ocorrida na madrugada de hoje”, lê-se na nota.

Os 17 migrantes integravam um grupo de 28 elementos que desembarcou na ilha Deserta, em Faro, e que foi depois, por ordem judicial, colocado à guarda do SEF até ao seu afastamento de Portugal por entrada irregular no país.

O grupo incluía também três mulheres, uma delas grávida, e um menor, mas apenas os 24 homens do grupo estavam instalados no quartel do destacamento de Tavira, segundo adiantou o SEF em comunicado.

A mesma fonte acrescentou que as “autoridades policiais já localizaram dois cidadãos, tendo um sido transportado para o Hospital de Faro, depois de se ter ferido num pé durante a fuga, e outro encontra-se nas instalações da PSP de Tavira”.

Além dos 24 homens instalados no quartel de Tavira, as três mulheres que integravam o grupo “foram instaladas na Unidade Habitacional de Santo António, no Porto”, enquanto o “menor foi entregue ao Tribunal de Família e Menores de Faro”, esclareceu ainda o SEF.

Os migrantes oriundos do Norte de África foram interceptados na ilha Deserta dia 16 de setembro e foram depois ouvidos no Tribunal Judicial de Faro por entrada e permanência irregular em território nacional, tendo sido aplicada como medida cautelar o seu afastamento de território nacional.

A embarcação em que os 28 migrantes chegaram à ilha tem cerca de sete metros e é semelhante às usadas nos outros cinco desembarques ilegais registrados na região desde dezembro.

Este foi o sexto de desembarque ilegal na costa algarvia envolvendo migrantes do Norte de África.

O anterior tinha acontecido em julho, quando um grupo de 21 homens, alegadamente marroquinos, desembarcou na ilha do Farol, também no concelho de Faro.

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