Mundo Lusíada
Com Lusa
O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, e a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, vão representar Portugal na manifestação de domingo em Paris, convocada em solidariedade com as vítimas do atentado ao jornal satírico Charlie Hebdo. Fonte oficial disse à Lusa que “a importância da manifestação de domingo” levou Pedro Passos Coelho a alterar a sua agenda, que inicialmente previa que estivesse presente, na qualidade de líder do PSD, no encerramento do Congresso do PSD/Madeira no domingo.
Informações anteriores davam conta de que seria o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, a representar Portugal na manifestação.
Outros governantes europeus já anunciaram que participarão como o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, o italiano, Matteo Renzi, o britânico, David Cameron, e a chanceler alemã, Angela Merkel. Também o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, já confirmou a sua presença.
Uma grande “marcha republicana” foi convocada para domingo à tarde, em Paris, apoiada pela quase totalidade dos dirigentes políticos, sindicatos e líderes religiosos, mas não ficou isenta de alguma polêmica, registrando apelos ao afastamento dos partidos e críticas da Frente Nacional por não ter sido convidada.
Inicialmente, a marcha esteve marcada para sábado mas o gabinete do primeiro-ministro, Manuel Valls, comunicou que era preciso adiar o evento 24 horas para “garantir melhores condições de mobilização e de segurança”.
Violência
França registrou, desde quarta-feira, quatro incidentes violentos, que começaram com um atentado à sede do jornal Charlie Hebdo, em Paris, provocando 12 mortos (10 jornalistas e cartoonistas e dois polícias) e 11 feridos.
Em Dammartin-en-Goële, unidades de elite da polícia francesa mataram neste dia 09 os dois suspeitos do ataque contra o jornal, após um assalto ao local onde ambos se encontravam barricados desde manhã. Pouco antes das 17:00 (16:00 em Lisboa), várias explosões e tiros foram ouvidos junto à empresa gráfica, depois de uma troca de tiros com a polícia. Segundo a agência France Presse, os suspeitos os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 32 e 34 anos, saíram aos tiros contra os agentes que cercavam o edifício, de onde a polícia conseguiu salvar ileso um refém que ambos mantiveram em cativeiro durante várias horas.
Pelo menos quatro dos reféns sequestrados por um homem armado num supermercado de Paris morreram neste dia 09, segundo fontes das forças de segurança citadas pela agência France Presse. A polícia francesa lançou o assalto ao supermercado ‘kosher’ (judaico) da Porta de Vincennes, no leste de Paris, minutos depois das 17:00 locais (16:00 em Lisboa), matando o atacante e libertando vários reféns.
Na quinta-feira, foi morta uma agente da polícia municipal, a sul de Paris, e fontes policiais estabeleceram já “uma conexão” entre os dois ‘jihadistas’ suspeitos do atentado ao Charlie Hebdo e o presumível assassino.