Governador de Santa Catarina destaca açorianos no desenvolvimento da região

Da Redação

Santa Catarina comemora os 275 anos da chegada dos primeiros casais açorianos no estado em 2023. E para o início das comemorações, o governador Carlos Moisés recepcionou, nesta segunda-feira, 28, na Casa d’Agronômica, a comitiva do Governo de Açores, que já passou pelo Rio Grande do Sul. O encontro ocorreu após o lançamento do “Projeto Viva Açores, conhecer é viver!”, um projeto de promoção dos Açores e da história dos antepassados açorianos da região.

O chefe do Executivo estadual destacou a importância dos açorianos na contribuição para o desenvolvimento social e cultural de Santa Catarina. Disse que o momento é de comemoração e de estreitar os laços da relação histórica e fraternal existente entre as regiões.

“É extremamente oportuno recebê-los em Santa Catarina. Precisamos ter orgulho das nossas origens e agora temos mais uma grande oportunidade. O projeto se inicia com muita força, apresenta nosso estado, e mostra que nós temos a preservação da cultura, a arquitetura, os costumes açorianos e tudo o que herdamos dos nossos antepassados, dos que vieram desbravar o litoral catarinense e que merecem todo nosso reconhecimento. O Governo do Estado caminha lado a lado com este projeto que vai auxiliar ainda na troca de experiências e ao mesmo tempo visitas mútuas incentivando o turismo”, disse o governador.

Representando o presidente do Governo dos Açores, o secretário regional da Agricultura, Antônio Ventura, destacou que a recepção do governador Carlos Moisés, assim como o projeto, são grandes reconhecimentos que fortalecem ainda mais as relações entre as regiões. “Para nós é uma honra, muito nos orgulha. A partir de agora, Santa Catarina e Açores estão ainda mais unidos. O projeto tem impacto não só aqui, mas também na nossa região. É um resgate histórico importante, que não traz apenas o passado, mas também projeta o futuro em termos de intercâmbios e outras parcerias.”

Os visitantes foram homenageados com a modinha, gênero musical trazido pelos portugueses na colonização do Brasil. As canções foram interpretadas pelo pianista Alexandre Dietrich e pela cantora Cláudia Ondrusek, ambos catarinenses.

Acompanharam o encontro o presidente da Alesc, Moacir Sopelsa, os secretários de Estado da Administração, Jorge Eduardo Tasca; da Comunicação, João Cavallazzi; de Assuntos Internacionais, Fernando Raupp; presidentes da Fundação Catarinense de Cultura e da Santur, Edson Lemos e Rene Ernesto Meneses Nunes; presidente Executivo do Grupo ND, Marcello Corrêa Petrelli; diretor de Arte e Cultura da FCC, Luiz Ekke Moukarzel; diretor regional das comunidades açorianas, José Maria de Medeiros Andrade; coordenador do Centro do Protocolo e Relações Públicas da Presidência do Governo, Pedro Lima Pereira; presidente da Casa dos Açores do Estado do Rio Grande do Sul, Sérgio Luiz Ferreira, e Conselheiro da Diáspora Açoriana pelo Rio Grande do Sul, Willian Agostinho Marques; prefeito de São Francisco do Sul, Godofredo Gomes Moreira Filho, entre de outras autoridades.

O projeto

O lançamento do projeto ocorreu na manhã de segunda-feira, no Palácio Cruz e Souza. O projeto Viva Açores, conhecer é viver! estará presente em todas as plataformas do Grupo ND – televisão, portal de notícias na internet, revistas e jornal impresso – com ampla produção de reportagens a partir de abril deste ano até janeiro de 2023. O projeto tem a curadoria da professora e escritora Lélia Pereira Nunes.

Um dos principais objetivos do projeto é mostrar e aproximar os Açores de Santa Catarina, despertando o intercâmbio cultural e a prospecção de investimentos bilaterais. Equipes de jornalismo do Grupo ND vão percorrer e mostrar a vida no arquipélago, seu valor histórico e seu potencial econômico, turístico e cultural.

Os elogios ao projeto foram feitos também pelo Presidente do Governo, José Manuel Bolieiro, numa mensagem em vídeo, na presença do Secretário Regional António Ventura, em sessão tida no Museu Histórico de Santa Catarina, em Florianópolis.

A iniciativa “ajuda a projetar os Açores num efetivo conhecimento que poderá ter impacto em 210 milhões de pessoas”, destacou José Manuel Bolieiro.

“Estou na ilha de São Jorge, a acompanhar a crise sismovulcânica, mas quero deixar uma palavra aos catarinenses, aos brasileiros e ao Brasil”, sublinhou o Presidente do Governo, no vídeo enviado à organização do evento.

António Ventura, por seu turno, definiu o projeto como “único”, elevando os Açores “em todo o mundo”.

“É uma iniciativa privada que custa zero à região. O que se pretende da nossa parte é acompanhamento e uma proximidade institucional. Valorizamos estas iniciativas”, disse ainda.

Depois, o Secretário Regional lembrou que áreas como a tecnologia, o turismo, a agricultura ou a educação podem beneficiar também desta iniciativa do grupo ND, com um intercâmbio de conhecimento e inclusive de profissionais destes setores.

O presidente da Casa dos Açores em Santa Catarina observou que, com os primeiros povoadores daquela região brasileira, “vieram padres açorianos que tiveram muito cuidado em registrar o nome dos pais, avós e lugar de origem”, permitindo conseguir descobrir as origens dos descendentes dos açorianos.

Com o projeto agora divulgado, “muita gente vai deixar de sonhar com os Açores e começar a viver os Açores de forma mais intensa”, frisou em declarações à Lusa.

A cerimônia de lançamento do Viva Açores! contou com a presença de Gean Loureiro, prefeito de Florianópolis, e dos restantes prefeitos da região Grande Florianópolis: Laguna, Itajaí, Imbituba, Garopaba, São Francisco do Sul, Bombinhas, Sombrio e Araranguá.

Divino

Também o governo dos Açores ofereceu neste dia 28 uma Coroa do Divino Espírito Santo à Paróquia de Santa Teresinha do Menino Jesus de Florianópolis, a única das 14 Festas do Divino na cidade brasileira que ainda não tinha coroa própria.

A entrega foi feita pelo Secretário Regional, António Ventura, no final da visita oficial aos estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Perante dezenas de fiéis, António Ventura relembrou os laços que unem o povo açoriano e os açor-descendentes brasileiros no culto ao Espírito Santo.

Entre 1748 a 1756, mais de 4.500 açorianos fixaram residência no litoral do Estado de Santa Catarina e aproximadamente 1.500 açorianos migraram para o Rio Grande do Sul, segundo o Núcleo de Estudos Açorianos da Universidade Federal de Santa Catarina.

Estes ilhéus, provenientes principalmente do grupo central do arquipélago (ilhas Terceira, Pico, São Jorge, Faial e Graciosa), asseguraram a efetiva ocupação do litoral do Estado e “fixaram raízes culturais profundas que até hoje constituem a essência cultural” da região.

Atualmente, estas raízes culturais estão muito presentes numa faixa de mais de 500 quilômetros de costa com uma área de mais de 15.000 quilômetros quadrados e uma população de aproximadamente um milhão de habilitantes.

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