Técnico fala sobre a saída de Jorginho e diz que objetivo é a Copa do Brasil.
Da Redação
Na segunda feira, 23 de abril a Portuguesa apresentou seu novo reforço e é no comando técnico, saiu Jorginho, após o rebaixamento na Série A-1 do Paulistão, e assumiu o Geninho, que estava no Comercial, clube que também foi rebaixado. Em entrevista coletiva no Parque Ecológico, Geninho disse que teve outras oportunidades para trabalhar na Lusa, mas sempre acontecia algum impedimento. “Acredito que tudo tem sua hora, esse é o momento, o time precisa deixar os resultados negativos para trás, o momento agora é a sequência de uma competição muito importante e nós vamos trabalhar a motivação desses atletas”, disse. Eugênio Machado Souto, o popular Geninho, começou nas divisões de base do Botafogo de Ribeirão Preto, em 1963, na época o treinador era Rubens Minelli. Com dezessete anos já era o goleiro titular, atuando de 1966 até 1984 como profissional. Com passagens por várias equipes do interior paulista, o técnico tem no currículo passagens também por clubes grandes como Corinthians, Santos e Atlético-MG, além de um título brasileiro pelo Atlético-PR (em 2001). Geninho trabalhou também em Portugal, no Vitória de Guimarães, em 1988, quando venceu a Super Copa de Portugal, a Taça da Amizade e o Torneio Póvoa de Varzim. Agora na Lusa do Canindé, ele disse estar “animado” com a missão de comandar a Portuguesa na Série A da competição nacional. Sobre a saída do Jorginho, o novo treinador disse ter uma “amizade bonita” com o colega de profissão. “Fico triste com o que aconteceu, mas fico feliz em saber que não cheguei para tomar o lugar dele. Foi uma decisão do próprio Jorginho e isso me deixa mais tranquilo”, referiu. Aos jornalistas Geninho falou que sabe da existência de profissionais no clube “querendo trabalhar, dispostos a levantar a cabeça e esquecer o passado”, e completou falando em “desafio”, sendo que seu trabalho agora é mostrar que existe um caminho, “o emocional e a motivação”.
Demora na reposição de jogadores foi um dos motivos da queda
O ex-treinador Jorginho falou em entrevista no canal “SporTV” da Globo, que ficou envergonhado com o rebaixamento. Depois de comandar a equipe por 14 meses e viver do melhor ao pior momento, em 159 dias ele viu o torcedor da Lusa comemorou o título de Campeã da Série B em 2011 e com uma campanha muito elogiada, e viu seu time ser rebaixado no Paulistão. Tido como um dos principais responsáveis pelo bom futebol da equipe na última temporada, o treinador deixou o clube após o rebaixamento, e admitiu que ficou “envergonhado” com a queda. Mas que deixou o clube de “cabeça erguida” por ter feito de tudo pelo clube. Para Jorginho, a queda de rendimento da equipe se deu por inúmeros fatores, entre eles a demora na reposição de jogadores. No entanto, salientou que seria muito difícil repetir o sucesso da equipe de 2011. “O que foi feito no ano passado vai demorar muitos anos para se fazer novamente (…) Agora, se formos colocar, vou listar um leque de coisas que vão juntando para se chegar a este buraco que nós nos enfiamos. Muitas vezes tivemos demora para contratar, demora para renovar o contrato dos que lá estavam”, revelou. O técnico ainda comentou que sobrou uma responsabilidade muito grande para garotos de 20 anos, como o Guilherme, Henrique e o Ananias.
Chegada de Geninho não acalmou a torcida
A torcida da Portuguesa marcou presença com protestos e com muita indignação durante o jogo da Lusa contra o Bahia, com empate sem gols, no Canindé, em jogo válido pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Revoltados com o rebaixamento para a segunda divisão do Paulistão, torcedores xingaram a diretoria mirando o presidente Manuel da Lupa. Desde o início da partida os torcedores se referiram ao presidente com palavras ofensivas, chamando-o de ladrão, ordenando sua demissão e com o famoso refrão: “a Lusa é tradição”. Durante o intervalo, dirigiram-se à grade próxima à área onde ficam os dirigentes durante as partidas no Canindé para gritar mais frases ofensivas, que foram estendidas também aos atletas durante o intervalo. Os protestos seguiram após o termino da partida.
Fora do tumulto, Geninho quer Copa do Brasil
Fora dessa tempestade mas não alheio à pressão, o técnico Geninho, que foi rebaixado com o Comercial de Ribeirão Preto no mesmo estadual, disse que não vê problema em assumir a crise deixada por Jorginho e resolver problemas anteriores à sua gestão: para ele, o trabalho continua sendo o mesmo. “Eu sou Portuguesa agora. Não é porque não participei (do rebaixamento) que sou isento. Qualquer cobrança também vem para mim. Vamos tentar o título da Copa do Brasil não só pelo anseio da torcida, mas também por objetivo nosso. Você tem de ser vencedor e querer ser o melhor. Se vai conseguir ou não, é outro departamento, porque todos os outros times também estão tentando”, disse ele em sua primeira entrevista coletiva, depois do empate com o Bahia. Se a Lusa passar para as quartas na Copa do Brasil, pega o vencedor do confronto entre Grêmio e Fortaleza. A Portuguesa estréia no Campeonato Brasileiro dia 19 de maio, sábado, contra o Palmeiras. A diretoria da Lusa prometeu trazer reforços até o início da competição nacional, para serem inscritos também na Copa do Brasil, os jogadores não podem ter entrado em campo por outro clube pelo mesmo torneio.
