Da Redação com Lusa
A produção de vinho no Alentejo, cuja época de vindimas já arrancou, deve aumentar entre 5% e 10% este ano, para um total de 120 milhões de litros, estimou a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA).
Em comunicado, a CRVRA revelou que as vindimas já começaram na região e que, de acordo com uma previsão da Universidade do Porto, a produção de vinho deve este ano “atingir os 120 milhões de litros”.
“O estudo prevê um aumento produtivo entre 5 e 10%, face ao ano de 2020”, disse.
Segundo o presidente da CVRA, Francisco Mateus, esta subida deve-se às “boas condições atmosféricas registadas” e ao “controlo das pragas”.
Estes dois fatores significam “que as uvas que vão chegar às adegas estarão sãs e, por isso, têm uma maior probabilidade de resultar em vinhos de excelente qualidade”, explicou.
A previsão da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto sobre a estimativa de produção de vinho no Alentejo, em parceria com a CVRA, é um procedimento habitual, todos os anos.
“Esta é já a 22.ª previsão” e “chega numa altura em que acabam de arrancar as vindimas”, referiu a comissão vitivinícola.
No Alentejo, anualmente, a colheita de uva inicia-se “de sul para norte do território” e tem uma duração estimada de “10 a 11 semanas”.
“As castas brancas, mais utilizadas em espumantes, são as primeiras a ser recolhidas”, indicou a CVRA.
A região vitivinícola alentejana produziu, no ano passado, 113 milhões de litros de vinho, o que correspondeu a um aumento de 15% face ao ano anterior.
A Comissão Vitivinícola Regional Alentejana foi criada em 1989 e é responsável pela proteção e defesa da Denominação de Origem Controlada (DOC) Alentejo e da Indicação Geográfica Alentejano.
A certificação e controlo da origem e qualidade e promoção e fomento da sustentabilidade também são competências da comissão.
O Alentejo é líder nacional em vinhos certificados, com cerca de 40% de valor total das vendas num universo de 14 regiões vitivinícolas em Portugal, lembrou hoje a CVRA.
Com uma área de vinha de 22,9 mil de hectares, 30% do vinho produzido é exportado para cinco destinos principais: Brasil, Angola, Estados Unidos da América (EUA), Polônia e China.
O Alentejo é “uma das duas únicas regiões do mundo que produz Vinho de Talha”, há mais de dois mil anos, realçou a CVRA, notando que o território promove ainda uma iniciativa pioneira no país, o Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo.
Este programa, que já deu origem a uma certificação inédita em Portugal, o “selo” de Produção Sustentável, tem como objetivo melhorar as práticas utilizadas nas vinhas e adegas, produzindo uvas e vinho de qualidade e economicamente viáveis.