Fusão entre Banco Popular Portugal e Popular Factoring aprovada

Da Redação
Com Lusa

BancoPortugal_CarlosCostaO Banco de Portugal e o Banco Central Europeu aprovaram em 16 de novembro a fusão do Banco Popular Portugal e da Popular Factoring, de acordo com informação publicada na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“O Banco Popular Portugal, S.A. comunica que foi nesta data informado da autorização pelo Banco Central Europeu e pelo Banco de Portugal da operação de fusão do Banco Popular Portugal, S.A. e da Popular Factoring, S.A., mediante a transferência global do patrimônio da Popular Factoring, S.A (sociedade incorporada) para o Banco Popular Portugal, S.A. (sociedade incorporante)”, diz o comunicado do Banco Popular divulgado pela CMVM.

De acordo com a mesma informação, dado que a sociedade incorporante detém a totalidade das ações representativas da sociedade incorporada, a fusão realizar-se-á de acordo com o disposto no artigo 116.º do Código das Sociedades Comerciais, não dando origem à troca de participações sociais nem ao aumento de capital social do Banco Popular Portugal.

Na sequência da operação de fusão, a Popular Factoring extinguir-se-á, sendo a totalidade do seu patrimônio transmitida para o Banco Popular Portugal, “com total salvaguarda dos direitos dos seus clientes e parceiros assim como da continuidade dos serviços”.

A operação de fusão encontra-se dependente de registo comercial bem como de registo especial junto do Banco de Portugal.

O projeto de fusão entre o Banco Popular Portugal e a Popular Factoring foi registrado a 20 de Julho, mas teve de aguardar a aprovação do Banco de Portugal.

A operação de fusão “enquadra-se no processo de restruturação e redimensionamento da atividade” do Grupo Banco Popular, que assenta “na simplificação e racionalização da respectiva estrutura societária e operacional”.

O presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), Paulo Marcos, disse esta quarta-feira que a redução de efetivos e de agencias do Banco Popular em Portugal “é sensivelmente” o dobro do que em Espanha, algo “incompreensível”.

“Dentro de um mercado ibérico não deixa de causar alguma estupefacção o porquê da redução ser maior em Portugal do que em Espanha”, afirmou aos jornalistas, antes da realização de um plenário com trabalhadores, no Porto.

A instituição bancária anunciou na segunda-feira que vai encerrar 47 agências e cortar o quadro de pessoal em 295 trabalhadores até ao final do ano, no âmbito da reestruturação do negócio promovida pelo grupo espanhol.

Enquanto em Portugal o banco reduz cerca de 30% do seu efetivo, no país vizinho a diminuição é de 14%, o que “não faz sentido”, revelou.

Paulo Marcos salientou que em Espanha o Banco Popular abriu um processo de redução de trabalhadores e de capacidades “muito” por reformas antecipadas e pré-reformas, processo que assegura a paz social.

Já em Portugal, o sindicalista entendeu que o processo será “um pouco diferente” porque a instituição terá optado por rescisões voluntárias e por mútuo acordo.

E acrescentou: “25 a 30% dos funcionários portugueses, relativamente novos, serão dispensados, enquanto no país vizinho vão os mais velhos para casa, uma espécie de reformas antecipadas, não causando traumatismo sociais”.

O dirigente sindicalista sustentou não ter nada contra processos “genuinamente” voluntários e amigáveis, mas sim contra processos de despedimentos encapotados e sob o nome de rescisões amigáveis. “Para nós uma situação de despedimento coletivo é inaceitável”, frisou.

Sem confirmação oficial, Paulo Marcos salientou que uma centena de colaboradores já se terá disponibilizado para esse processo de rescisões.

Neste processo de redução de capacidade à escala ibérica do banco, o presidente do sindicato considerou parecer haver uma migração de atividades e operações de Portugal para Espanha quando do ponto de vista econômico e racional devia ser ao contrário. “Tudo indicia que vai haver perda de autonomia estratégica”, sustentou.

Paulo Marcos divulgou que na próxima terça-feira irá reunir em Lisboa com a administração e com o presidente executivo do Banco Popular em Portugal.

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