Fundo aprovado pelo governo agrega verbas públicas/privadas e de comunidades no mundo

Mundo Lusíada
Com agencias

O fundo de apoio à revitalização das áreas afetadas pelos incêndios foi aprovado pelo governo e irá agregar verbas públicas e doações privadas. Segundo fonte do governo, o fundo irá agregar “dinheiros públicos e pretende também agregar outros fundos privados, como por exemplo contas solidárias ou donativos em bens e espécies, que depois serão utilizados na reconstrução e no equipamento de casas”.

O fundo terá uma entidade gestora, constituída com representantes dos Ministérios do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, das Finanças e do Planejamento e das Infraestruturas, mas “as autarquias terão um papel importante na sua aplicação”, elencou.

Também há diversas ofertas de países estrangeiros e de comunidades portuguesas no mundo que estão a ser articuladas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, que aguarda pelo levantamento das necessidades, e também que sejam clarificados os termos de funcionamento do fundo.

“Podem haver instituições que estão a fazer recolhas de donativos ou bens, que não os queriam aplicar no fundo e que podem atribui-los a algumas instituições locais ou com finalidades específicas”, especificou a fonte, salientando que “os donativos podem não integrar necessariamente o fundo criado”.

Em São Paulo, a comunidade portuguesa estará reunida numa Missa de Sétimo Dia pelas vítimas dos Incêndios em Portugal. Por iniciativa do Padre Armênio Nogueira e apoio institucional do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira de São Paulo, será realizada uma missa no dia 26/06, às 17h30, no Santuário Nossa Senhora de Fátima (Av. Dr. Arnaldo, 1831 Sumaré SP).

Uma imagem solidária
Cerca de uma centena de fotojornalistas aderiu à ação “Uma imagem solidária”, contribuindo com fotografias da sua autoria cuja venda irá reverter na totalidade para os bombeiros portugueses.

Sob o lema “o melhor de cada um de nós para o melhor de todos nós”, a iniciativa irá materializar-se, em data a anunciar, no Museu das Telecomunicações, em Lisboa, onde as fotografias serão expostas para serem vendidas. “Será um evento aberto ao público, que por um valor mínimo de 20 euros poderá levar para casa uma fotografia”, explicou o fotojornalista da Lusa António Cotrim.

Os fotojornalistas têm até ao dia 09 de julho para entregar uma imagem à escolha, de tema livre, que será depois impressa no formato 30x40cm. Foi criada na rede social Facebook a página “Uma imagem solidária”, onde é possível ir-se acompanhando a iniciativa.

Consequências
Em comunicado, a Casa de Pedrógão Grande em Lisboa defendeu que devem ser tiradas consequências da tragédia ocorrida na região e sublinha que a dimensão do incêndio se justifica pela falta de investimento no planejamento do território.

Reunidos na sede em Lisboa, os órgãos sociais da Casa de Pedrógão Grande decidiram “exigir dos responsáveis políticos e administrativos, porque a culpa não pode morrer solteira, que sejam retiradas consequências desta tragédia, doa a quem doer”, refere o comunicado enviado às redações.

“Só a falta de investimento no planejamento e ordenamento do território e em medidas preventivas de proteção da floresta pode justificar tão grave e dramático epílogo”, acrescenta a Casa de Pedrógão Grande.

A Casa de Pedrógão Grande diz ainda que na reunião dos órgãos sociais foi decidido prestar homenagem a todas as instituições, “especialmente aos bombeiros, combatentes da liberdade, pelo empenho e ajuda prestada para debelar o incêndio”.

Foi ainda decidido apelar ao poder político para que “olhe com atenção para a zona do pinhal e ouça as aspirações das suas populações, a fim de evitar, ali ou em qualquer outra parte do Portugal florestal, semelhante catástrofe”, pedindo ainda às autoridades que “tornem público, quanto antes, as causas do incêndio e do descontrole do combate.

“Podemos e devemos, todos, transformar esta catástrofe numa janela de oportunidades, olhando para a reflorestação da zona afetada, tendo em atenção a necessidade de garantir a biodiversidade, de forma que toda esta zona volte a ser um dos pulmões de Portugal”, acrescenta o comunicado.

Fogo extinto até amanhã
O incêndio que deflagrou no fim de semana em Góis, distrito de Coimbra, deve ser extinto até sábado, segundo o comandante operacional Carlos Luís Tavares. Em declarações aos jornalistas no posto de comando em Góis, Carlos Luís Tavares explicou que 80% do perímetro do incêndio já está consolidado e que até ao final do dia e início de sábado todo o perímetro deve estar consolidado.

O responsável disse também que ainda há o perigo de algumas reativações e que o dispositivo que se mantém no terreno é de 634 operacionais, 168 veículos e sete máquinas de rastos.

Carlos Luís Tavares estimou que 20.000 hectares tenham sido atingidos pelo incêndio que começou em Góis e que atingiu também os concelhos de Pampilhosa da Serra e de Arganil, e admitiu a possibilidade de serem dispensados alguns operacionais.

Dois grandes incêndios deflagraram no sábado na região Centro e obrigaram à mobilização de mais de dois milhares de operacionais, consumindo um total de cerca de 50 mil hectares de floresta e obrigando à evacuação de dezenas de aldeias.

O fogo que deflagrou em Escalos Fundeiros, em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, alastrou a Figueiró dos Vinhos e a Castanheira de Pera, fazendo 64 mortos e mais de 200 feridos.

As chamas chegaram ainda aos distritos de Castelo Branco, através do concelho da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra, mas o fogo foi dado como dominado na quarta-feira à tarde.

Ainda hoje, mais de duas dezenas de concelhos de seis distritos do continente apresentam risco máximo de incêndio, segundo informação disponível pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). O IPMA colocou também em risco muito elevado e elevado de incêndio vários concelhos dos 18 distritos de Portugal continental.

De acordo com o Instituto, em risco máximo de incêndio estão os concelhos de Abrantes, Mação (Santarém), Gavião, Nisa e Marvão (Portalegre), Vila de Rei, Proença-a-Nova, Vila Velha de Ródão (Castelo Branco), Monchique, Loulé, Tavira, São Brás de Alportel, Alcoutim e Castro Marim (Faro), Tabuaço (Viseu), Mêda, Vila Nova de Foz Coa, Torre de Moncorvo, Freixo de Espada à Cinta, Alfândega da Fé, Mogadouro, Bragança e Vimioso (Bragança).

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