Da Redação
Com Lusa
A Fundação Inatel leva o festival Popular na Rua a 15 localidades portuguesas, entre maio e outubro, com o objetivo de promover a cultura tradicional e os projetos que a têm inovado.
“Pegamos na vertente mais tradicional na Fundação Inatel, que é promover a cultura popular portuguesa, muito relacionada com as questões etnográficas e as sociedades musicais e filarmônicas, mas também tem um outro objetivo que é fazer passar por estes palcos grupos que sobre a música tradicional vão inovando e vão regenerando essa música tradicional”, adiantou, em declarações à Lusa, o presidente da Fundação Inatel, Francisco Madelino.
A iniciativa arranca na quinta-feira, em Angra do Heroísmo, nos Açores, onde durante três dias estão previstas atuações de grupos folclóricos e filarmônicas locais, mas também de grupos que se inspiram na música tradicional para criar algo diferente, como os Omiri, que juntam imagens e sons da música tradicional com o ‘electrofolk’, ou os Recanto, que cruzam canções populares europeias com a herança céltica do norte do país.
O programa inclui ainda a exibição do documentário ‘Sinfonia Imaterial’, de Tiago Pereira, que resulta de um levantamento da música tradicional portuguesa, jogos tradicionais e a leitura de contos infantis pelo grupo de teatro Alpendre.
Até outubro, a quarta edição do festival Popular na Rua vai chegar a outras 14 localidades em Portugal: Chaves, Vendas Novas, Seia, Covilhã, Guimarães, Castelo Branco, Tavira, Coimbra, Beja, Lisboa (Parque das Nações, Ajuda e Estrela), Porto e Portalegre.
Francisco Madelino disse que o público tem aderido ao festival “de forma muito natural, com uma grande alegria e com uma forte participação”, o que considerou ser uma prova do enraizamento da cultura portuguesa.
“As culturas quando são fortes e quando têm um profundo enraizamento na vida das pessoas, naturalmente elas reagem contra processos de estandardização”, avançou.
O presidente da Fundação Inatel defendeu que a cultura tradicional portuguesa “tem-se mantido, porque tem enraizamento no povo e, por outro lado, porque se vai regenerando permanentemente”.
“Sempre que há fenômenos de globalização ou de risco da nossa cultura, o povo português reage e quando está no estrangeiro de forma ainda maior. E temos vindo a ver pelas novas gerações a recuperação e a participação forte nestas questões, em que o fado e o cante alentejano são exemplo”, salientou.