Durante sessão solene do Dia da Comunidade Luso-Brasileira, Antonio de Almeida e Silva fala sobre a participação dos jovens, e sobre os homenageados deste ano.
Por Vanessa Sene
Em entrevista ao Mundo Lusíada, após a sessão solene comemorativa ao Dia da Comunidade Luso-Brasileira, Antonio de Almeida e Silva afirmou que a baixa adesão do público jovem é um desafio que ainda não foi vencido, e afirmou que é o resultado dos erros cometidos no passado. “O nosso erro lá traz foi tão grande que está difícil consertar agora. Eu só interpreto assim porque desde que assumi a presidência do Conselho tenho procurado de algumas maneiras, mais singelas mas com entusiasmo, e não conseguimos”.
Presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira, Almeida disse ao Mundo Lusíada que ainda não conseguiu identificar o que falta para contar com essa adesão jovem. “Este é um desafio que ainda não conseguimos vencer. Fizemos um encontro de jovens no ano passado, gastamos uma nota para produzir o encontro, fizemos algo profissional e a adesão foi pouca. E olha que houve uma motivação grande” relatou, informando ainda que este ano o CCLB irá realizar um novo encontro de jovens.
“Ficamos este tempo todo fazendo coisas para nós mesmos e agora eles já tem a vida deles, as baladas deles. Mas eu ainda acho que esta batalha não está perdida. O folclore é muito forte, e nós temos muitos jovens no folclore entusiasmados. É por aí que vamos buscar”.
Em sessão solene comemorativa ao Dia da Comunidade Luso-Brasileira, Almeida e Silva afirmou ainda que as associações luso-brasileiras são independentes e sobrevivem sozinhas. De acordo com ele, a afirmação foi feita perante o cônsul-geral de Portugal em São Paulo, José Guilherme Queiroz de Ataíde, para que fosse transmitido aos órgãos do governo.
“A comunidade portuguesa tem vida própria. Se dependesse do governo, todas as associações que temos nao existiriam. Nós gostaríamos que fosse diferente, que o governo desse apoio. Este papel que as associações fazem é muito importante. E não digo só apoio material, as vezes uma palavra de carinho à presidência, os diretores já ficariam felizes”.
Comentando sobre o sucesso de todas as comemorações do Dia da Comunidade Luso-Brasileira, lembrada oficialmente todo dia 22 de Abril, Almeida e Silva afirmou que está contente com as realizações, mas que é preciso melhorar. “A nossa função não é remunerada. Nós somos todos voluntários, mas vamos tentar melhorar”.
Solenidade no Dia da Comunidade
Nesta noite de 18 de abril, a Câmara Municipal de São Paulo reuniu dirigentes de algumas associações portuguesas em São Paulo, e homenageou figuras que trabalharam para a preservação e difusão da cultura portuguesa no Brasil.
Para a escolha dos homenageados deste ano, o presidente do CCLB afirmou que o assunto foi colocado em reunião de diretoria, e cada um propôs um nome, com o critério de ter afinidade com a comunidade portuguesa e importância na luso-brasilidade. Ao Mundo Lusíada, Almeida e Silva citou Luciano Almeida, pelo “currículo espetacular”, e a professora Vera Helena Amatti, que participou de um encontro de jovens luso-brasileiros, onde abordou o tema Acordo Ortográfico, no ano passado. “Foi bem diversificado, homenageamos gente de todos os segmentos, inclusive do nosso folclore” disse, mencionando o tocador Américo Augusto Carvalhais, atualmente no Grupo Folclórico da Casa de Portugal SP, que foi muito aplaudido pelos presentes.
O vereador Toninho Paiva, propositor da sessão solene, declarou ser oficial o projeto de lei que obriga as escolas públicas a ministrar aulas e trabalhos referentes ao Dia do Descobrimento do Brasil. “Se realmente não fizermos isso, as escolas não falam mais sobre o Descobrimento do Brasil”, afirmou ao Mundo Lusíada. O projeto pede para que a data seja relembrada durante uma semana, a começar por todo dia 22 de Abril, nas escolas.
Além deste, Toninho Paiva citou o projeto de lei que institui o Dia da Comunidade Portuguesa, a ser comemorado no mês de junho, com cultura, religiosidade, gastronomia portuguesa, e está sendo encaminhado a Secretaria da Cultura para ser lembrado em espaços públicos como as bibliotecas. “Meu relacionamento com a comunidade portuguesa me leva a isso” afirma.
Sobre a baixa adesão dos jovens na solenidade promovida anualmente, Paiva afirmou que a juventude está “deixando a desejar” em vários segmentos da sociedade. “Não vemos a participação da juventude, não vemos a renovação. E na comunidade portuguesa não seria diferente”.
HOMENAGEADOS
Antonio Augusto Loureiro, Luciano Santos Tavares de Almeida, Natália Cordeiro Teixeira, Antonio Rodrigues Ferreira, Américo Augusto do Rio Carvalhais, o deputado Bruno Covas, o ator Ivam Cabral, Almir da Silva Mota, a presidente do Elos Internacional para América do Sul, Maria Inês Botelho, Fábio Gabriel dos Santos, Alberto Valente Duarte, acadêmica da USP, Vera Helena Amatti, Teresa Pires Morgado, Antonio Soares Gomes (representado pelo Sr. Artur de Andrade Pinto), e Antonio de Almeida e Silva, presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira.