Fórum Mundial da Água em Brasília mobilizou quase 100 mil pessoas

Mundo Lusíada
Com agencias

Após uma semana de agenda intensa, foi encerrado na sexta-feira o 8º Fórum Mundial da Água. Com o tema Compartilhando Água, a edição de Brasília, primeira no Hemisfério Sul, mobilizou público recorde de quase 100 mil pessoas durante os sete dias de evento.

O documento final deve ser divulgado nos próximos dias, mas os coordenadores dos diversos segmentos temáticos apresentaram os principais resultados das discussões acerca dos recursos hídricos, durante a cerimônia de encerramento. O balanço é que as ações realizadas até agora em relação ao tema são insuficientes para garantir segurança hídrica para toda a população

A cerimônia de encerramento ocorreu no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, que reuniu a programação principal para os 10,5 mil pagantes do evento — 7 mil brasileiros e 3,5 mil estrangeiros.

As atividades gratuitas ficaram concentradas na Vila Cidadã, espaço que recebeu a visita de 40 mil crianças, no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, e envolveram mais de 86 mil pessoas.

As discussões da edição brasileira do Fórum Mundial da Água atraíram, além do público recorde, 12 chefes de Estado, 134 parlamentares e 70 ministros de 56 países.

O encontro internacional criou 8 mil empregos diretos e indiretos. Além disso, nas atividades de conscientização, foram plantadas 10.333 árvores do Cerrado.

Uma das inovações do fórum brasileiro foi o grupo focal de sustentabilidade, que dialoga com os objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). “Considerar a transversalidade da água é essencial para pensamos o equilíbrio local e universal”, destacou a representante do grupo, Marina Grossi.

“Não adianta brigar e não colaborar com os setores que pegam mais água. Nosso alimento também chega mais caro se a água não chega à agricultura”, exemplificou ela.

No discurso de agradecimento, a brasileira Tatiana Silva, representante da juventude do Conselho Mundial da Água, definiu o fórum como um ambiente de esperança em um futuro com água e saneamento de qualidade para todos.

O presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, agradeceu a todos pelo empenho e destacou o envolvimento político e a participação cidadã no evento. “Atingimos plenamente nosso objetivo, de forma inclusiva e com resultados positivos que vão reverberar no futuro”, defendeu.

Para o coordenador do Processo Político, ministro Reinaldo Salgado, do Ministério das Relações Exteriores, a grande inovação foi a realização de um segmento de juízes e procuradores. “Isso fecha um ciclo de inclusão no processo político com todos os principais agentes públicos”, disse. “O balanço geral é de um grande êxito tanto em quantidade e nível de delegações, quanto em qualidade dos debates”, avaliou.

O fórum ocorre a cada três anos e já passou por Daegu, na Coreia do Sul (2015); Marselha, na França (2012); Istambul, na Turquia (2009); Cidade do México, no México (2006); Kyoto, no Japão (2003); Haia, na Holanda (2000); e Marrakesh, no Marrocos (1997).

A nona edição, em 2021, será em Dacar, no Senegal, e terá como tema Segurança Hídrica para Paz e Desenvolvimento.

Na cerimônia desta sexta, representaram o Brasil na passagem da bandeira para a comissão do Senegal o governador Rollemberg, a diretora da Agência Nacional de Águas (ANA) Cristiane Dias Ferreira, o diretor-presidente da Adasa-DF, Paulo Salles, o presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, e o diretor-executivo do fórum mundial, Ricardo Andrade.

Grande Prêmio Mundial da Água de Quioto

Ainda durante o encerramento do evento, os representantes do Fórum da Água do Japão e do Conselho Mundial da Água entregaram o Grande Prêmio Mundial da Água de Quioto. A organização vencedora da quinta edição foi a Caridade Cristã para pessoas em Situação de Risco (CCPD, sigla em inglês), do país africano Togo.

A organização capacita indivíduos e grupos comunitários para melhorar o acesso a água potável e saneamento por meio da construção e remodelação de instalações de água potável e saneamento. Além disso, a CCPD organiza campanhas e oficinas de conscientização e educação.

O trabalho, que vem sendo realizado desde 2013, conseguiu diminuir doenças e mortes relacionadas à água e ao saneamento em comunidades de Togo.

Ao todo, foram 144 projetos inscritos de 46 países. A CCPD receberá o equivalente a US$ 18 mil dólares, que servirão para implementar o projeto e promover a gestão da água em Togo.

De Portugal, o ministro do Ambiente defendeu o reforço do papel das Nações Unidas na gestão internacional da água, tendo em conta que mais de metade dos rios e bacias hidrográficas é partilhada por vários países.

Representantes do país também demonstraram o trabalho na prevenção para evitar acidentes com barragens.

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