Fórum Internacional de Dança em Minas conta com Moçambique, Portugal e Cabo Verde

Da Redação

VisoesUrbanasFestivalDancaO Fórum Internacional de Dança, encontro da “dança para todo mundo”, chega ao seu 18º ano com espetáculos nacionais e internacionais que fazem parte de seus programas FID Conexão InterNacional, FID Território Minas, FIDinho e FID Circulando Grande BH. O evento, que tem sua trajetória dedicada ao fomento e a promoção da dança como produção de conhecimento, acontece de 1º a 10 de novembro de 2013 na Funarte MG, Espaço Cultural Ambiente, Gruta! Espaço de Arte, Teatro Alterosa e Teatro Oi Futuro Klauss Vianna (todos em Belo Horizonte).

Moçambique, Portugal, Canadá, Cabo Verde e Israel se juntam ao Brasil nessa iniciativa que oferece ingressos a preço populares, e é idealizado por Adriana Banana (diretora artística) e por Carla Lobo (diretora executiva), realizado pela Atômica Artes, Tapioca Cultura, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Os ingressos custam R$ 4,00 a inteira e R$ 2,00 (dois reais) a meia entrada. “O valor reduzido do ingresso faz parte da política de relacionamento do FID com o público, e deixa claro, na forma de um ingresso acessível, que seu custo real já foi pago com recurso público por meio de patrocínios via leis de incentivo e convênios”, explica a diretora executiva Carla Lobo.

O programa

O FID 2013 abre com o Bomba Suicida, coletivo criado, em 1997, por artistas provenientes das artes performativas contemporâneas: “O FID 2013 será explosivo. Não à toa, começa com o coletivo chamado Bomba Suicida”, dizem as organizadoras Adriana Banana e Carla Lobo. “Sem haver separação entre arte e vida, os trabalhos nas artes e na dança, devem ser cada vez mais entendidos como atuação política, cidadã. O artista não é um dentro do teatro e outro fora, é um só”, refletem.

O coletivo Bomba Suicida apresenta: Paraíso – Colecção Privada, trabalho de grupo concebido por Marlene Monteiro Freitas (Cabo Verde/ Portugal, 2012). Também dela, o solo Guintche (2010), integrando o programa duplo com o solo A Primeira Dança de Urizen (2009), de Luís Guerra (Portugal).

Entre os artistas que se apresentam neste FID, está Benoît  Lachambre, que veio ao Brasil na primeira edição do FID (em Belo Horizonte e São Paulo, já que o FID aconteceu nas duas cidades), em 1996. Em 2000, voltou se apresentando no projeto Encyclopoedia – Document, 1 de  Lynda Gaudreau, quando também apresentou seu solo Délire Défait. Lachambre é uma referência na comunidade internacional de dança por se dedicar à exploração do movimento e de suas fontes e, sua pesquisa está sempre integrada a uma rede de artistas, tanto desconhecidos quanto consagrados.

Este ano, Lachambre apresenta Snakeskins (2010) no Teatro Oi Futuro Klauss Vianna, performance multimídia com vídeos e música ao vivo. Peles de cobra, tradução literal de Snakeskins, é uma metáfora do próprio artista que está sempre trocando sua pele, sempre se transformando. Benoît, divide o palco com o dançarino italiano Daniele Albanese.

Fora do Eixo

Durante 10 dias, artistas de Moçambique, Portugal, Canadá, Brasil, Cabo Verde e Israel se revezarão nos palcos do FID 2013 – Fórum Internacional de Dança em atuações marcantes. Mais uma vez, as companhias estão todas fora do eixo hegemônico, o que reafirma o papel do FID – Fórum Internacional de Dança em dar visibilidade a pensamentos plurais. “Este é o FID afirmando suas raízes, seu propósito de ter sido criado, que é não fazer concessões”, resume Adriana Banana e Carla Lobo.

A música ao vivo é destaque em duas peças a serem apresentadas: Snakeskins de Benoît Lachambre/ Par B.L.eux (Canadá, 2001) e em Tempo e Espaço: Os Solos da Marrabenta de Panaibra Gabriel Canda (Moçambique, 2010). Neste último, é destaque os sons nervosos da guitarra de Jorge da Conceição, um senhor com um grande chapéu de palha, que, em algumas vezes, lembra Jimmy Hendrix.

Outra característica da curadoria deste ano é a presença incomum de “cheiros” em três peças. Em 1.000 casas, do Núcleo do Dirceu/Marcelo Evelin (Teresina/ Piauí, 2012), o espetáculo envolve o paladar, já que há comida oferecida ao público. O mesmo acontece em O Confete da Índia de André Masseno (Rio de Janeiro, 2012). E, de Tuca Pinheiro (Belo Horizonte, MG), HYENNA – não deforma, não tem cheiro e não solta as tiras (estreia e coprodução FID 2013), na verdade tem cheiro: “que cheiro é esse que tem a dança brasileira?”, pergunta Tuca. Os cheiros, o paladar, ajudam a romper a primazia da visão e assim, contribuindo para a construção de dramaturgias em que cheiros e degustação tornam-se corpos, ou seja, efetivam-se em dança.

Cada local vende ingressos apenas para os espetáculos que acontecerão naquele espaço/teatro. Os ingressos estarão a venda a partir de 19/10/2013, exceto na Funarte MG, Espaço Cultural Ambiente e na Gruta! Espaço de Arte (apenas nos dias de espetáculo).

– ESPAÇO CULTURAL AMBIENTE – R. Grão Pará, 185 – Bairro Santa Efigênia – Fone: 3241 2020. Bilheteria: nos dias das apresentações a partir das 14h

– FUNARTE MG  – R. Januária, 68 – Bairro Floresta – Fone: 3213 7112. Bilheteria: nos dias das apresentações a partir das 14h

– GRUTA! ESPAÇO DE ARTE – R. Pitangui, 3613 C – Bairro Horto – Fone: 2511 6770. Bilheteria: nos dias das apresentações a partir das 14h

– TEATRO ALTEROSA – Av. Assis Chateaubriand, 499 – Bairro Floresta – Fone: 3237 6611. Bilheteria: Terça a domingo, 12h às 19h ou até o horário de início dos espetáculos

– TEATRO OI FUTURO KLAUSS VIANNA – Av. Afonso Pena , 4.001 – Bairro Mangabeiras – Fone: 3229 3131. Bilheteria: Terça a Sábado, 15h às 21h e Domingo, 13h às 19h

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