Formação do novo Governo deve estar concluída na semana de 20 de fevereiro

Foto MIGUEL A. LOPES/LUSA

Mundo Lusíada com Lusa

O gabinete do primeiro-ministro estima que o processo de formação do novo Governo português, depois da vitória do PS nas legislativas de domingo, possa estar concluído na semana que se inicia a 20 de fevereiro.

Numa nota enviada à comunicação social, o gabinete do primeiro-ministro recorda que só a partir dessa altura é que o primeiro-ministro indigitado apresentará ao Presidente da República a proposta de nomeação dos outros membros do Governo, “que será divulgada, como é habitual, pelos serviços da Presidência da República”.

Recorda que o processo de formação do Governo é precedido da audição dos diferentes partidos com representação parlamentar pelo Presidente da República, da indigitação por Marcelo Rebelo de Sousa de uma personalidade como primeiro-ministro, da publicação oficial dos resultados eleitorais e da instalação do nova Assembleia da República.

O comunicado refere ainda que quaisquer notícias sobre intenções do primeiro-ministro que não resultem de declarações do próprio ou de nota do seu gabinete “são puras especulações”.

O PS alcançou a maioria absoluta nas legislativas de domingo e uma vantagem superior a 13 pontos percentuais sobre o PSD, numa eleição que consagrou o Chega como a terceira força política do parlamento.

Com 41,7% dos votos e 117 deputados no parlamento, quando estão ainda por atribuir os quatro mandatos dos círculos da emigração, António Costa conseguiu a segunda maioria absoluta da história do Partido Socialista, depois da de José Sócrates em 2005.

A abstenção em território nacional desceu para os 42,04% depois de ter alcançado os 45,5% em 2019.

Maioria absoluta

Além da vitória histórica do PS com maioria absoluta e uma vantagem superior a 13 pontos sobre o PSD, a noite consagrou a extrema-direita do Chega como a terceira força política do parlamento.

Com 41,7% dos votos e 117 deputados no parlamento, quando faltam círculos da emigração, António Costa alcança a segunda maioria absoluta da história do Partido Socialista, depois da de José Sócrates em 2005, deixando de depender dos antigos parceiros da ‘Geringonça’ ou de quaisquer outros para aprovar Orçamentos do Estado ou outras leis na Assembleia da República.

Costa consegue não só resistir ao desgaste de seis anos de governação socialista, mas também superar todas as expectativas criadas durante a campanha eleitoral, desde logo as das sondagens, que reiteradamente apontavam para um “empate técnico” entre PS e PSD.

Depois de hesitar no apelo a uma maioria absoluta, que pediu nos primeiros dias da campanha e abandonou logo de seguida, o líder socialista vê o mapa político pintado com o cor-de-rosa do PS, que ganha em todos os círculos eleitorais do continente e nos Açores, só perdendo na Madeira (mesmo assim empata em número de deputados com o PSD, três para cada um).

Apesar das hesitações da campanha, o PS teve êxito na estratégia de concentrar o voto útil das esquerdas, infligindo uma pesada derrota aos seus antigos parceiros da ‘Geringonça’, BE e PCP, que acabaram assim por pagar pela derrubada do Orçamento de Estado de 2022 que deu origem às legislativas antecipadas.

António Costa aproveitou o discurso de vitória para assinalar o valor da estabilidade, sustentando que o resultado das legislativas traduziu-se num “cartão vermelho a qualquer crise política” e prometer a continuação do diálogo.

“Uma maioria absoluta não é o poder absoluto, não é governar sozinho, é uma responsabilidade acrescida, é governar com e para todos os portugueses”, assinalou, prometendo um “rumo certo” para o país.

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