Instituição entende que o governo faz reformas e deve receber mais uma tranche dos mais de US$ 35 bilhões que a organização se comprometeu a disponibilizar para a viabilização econômica do país.
Por João Rosário
Rádio ONU em Lisboa
A comissão executiva do Fundo Monetário Internacional, FMI, decidiu atribuir a Portugal US$ 1.816 milhões, equivalente a 1.480 milhões de euros. A medida segue-se à quarta revisão ao desempenho do país, no âmbito do programa econômico de ajuda.
A nova tranche faz parte do acordo assinado em 2011 entre o governo de Portugal, o FMI, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu, para o empréstimo total de US$ 95.744 milhões, valor equivalente a 78 mil milhões de euros, durante três anos.
Reformas
No fim da reunião da comissão executiva do FMI, realizada dia 17 de julho, o vice-diretor Nemat Shafik, realçou a forte implementação por parte das autoridades portuguesas do programa, apesar das dificuldades registradas na zona euro. Notou ainda que já estão a aparecer sinais do ajustamento, quer fiscais quer a nível externo.
Nemat Shafik disse que “tendo em conta as dificuldades que Portugal ainda enfrenta, é importante manter o compromisso de políticas robustas e de realização de reformas estruturais que permitam sustentar o crescimento sustentável do país.”
Entre as medidas recomendadas estão reformas nos mercados de trabalho e para os produtos portugueses, para reforçar as dinâmicas relacionadas com a dívida e para voltar a ganhar acesso aos mercados financeiros.
Para o FMI, a realização sustentável da agenda “necessita de ser suportada por progressos continuados a nível europeu de modo a reforçar a união monetária.”
Desemprego
Shafik considera que o objetivo da consolidação fiscal em Portugal está no bom caminho e entende que as metas fiscais para 2012 continuam ao alcance apesar dos riscos terem aumentado devido a um desempenho mais fraco das receitas.
Devido à situação foi recomendado um acompanhamento mais de perto dos desenvolvimentos e dos esforços continuados para reforçar os objetivos fiscais.
O FMI nota que foram alcançados progressos significativos com as reformas no mercado do trabalho, e que o aumento do desemprego requer mais reformas. Neste campo, o órgão destaca as políticas do governo português para dinamizar o emprego, sobretudo para os jovens.