Da Redação
Com Lusa
O representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Moçambique considerou encorajador o passo dado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no caso das dívidas ocultas, mas continua a pedir mais informação.
A PGR anunciou na segunda-feira ter apresentado uma denúncia ao Tribunal Administrativo para responsabilização financeira dos gestores e empresas públicas envolvidas na celebração e gestão dos contratos de financiamento, fornecimento e prestação de serviços relativos à EMATUM, Proindicus e MAM.
“O FMI considera esta decisão como um passo encorajador para garantir a responsabilização”, referiu Ari Aisen, representante residente do FMI em Moçambique, numa nota distribuída à comunicação social.
“Contudo, de um modo geral, o FMI reitera a necessidade de preencher as lacunas de informação no relatório de auditoria” às três empresas envolvidas no escândalo financeiro, acrescenta.
Uma auditoria da consultora internacional Kroll pedida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e divulgada em junho descreve as firmas como uma fachada, sem planos de gestão credíveis, usadas por vários detentores de cargos públicos na obtenção de dois mil milhões de dólares de empréstimos, obtidos à revelia da lei com garantias do Estado.
A Kroll queixa-se de lhe ter sido negado acesso à informação relevante para perceber para onde foi o dinheiro, sob justificação de ser material sensível relativo à segurança do Estado.
O FMI tem insistido na necessidade de os dados serem revelados.
O escândalo fez com que o fundo e outros doadores internacionais cortassem ajudas financeiras diretas a Moçambique desde 2016.