Da Redação
Quando governos de todo o mundo pediram as pessoas para ficarem em casa na tentativa de evitar que a Covid-19 se espalhasse, os consumidores cortaram gastos com serviços e passaram a comprar mais produtos manufaturados.
Num artigo, escrito a seis mãos com Oya Celasun e Alfred Kammer, a chefe do FMI, Kristalina Georgieva, lembra que a reabertura da economia aqueceu o setor de manufaturados, mas alargou o fechamento e a escassez de produtos intermediários dos químicos até microchips levando as fábricas a estagnar.
Os preços dos bens de consumo centrais cresceram rapidamente com os tempos de entrega chegando a recordes, o que causou um debate sobre inflação e o curso de políticas monetárias.
No documento, a chefe do FMI estima que a produção manufatureira da zona do euro, no outono de 2021, no Hemisfério Norte, teria tido uma performance de 6% mais alta se não houvesse as restrições de consumo.
Baseado na correlação histórica entre a manufatura e a produção geral, esperava-se que o Produto Interno Bruto, PIB, fosse 2% mais alto, o equivalente a um ano de crescimento em tempos antes da pandemia para muitas economias da Europa.
Alemanha e República Checa
Para o FMI, o atraso na cadeia de produção foi maior em países onde empresas de manufatura no fim da corrente dependiam de produtos diferenciados. Em países com grandes empresas de produção de automóveis como Alemanha e República Checa, a produção seria 14% sem esse impedimento.
As interrupções na oferta tiveram um impacto menor nos preços centrais aos consumidores excluindo a inflação para serviços de energia e preços dos alimentos.
Em todo o mundo, outros fatores de restrição de consumo como a escassez de mão-de-obra e logísticas antiquadas podem ter um efeito maior na causa da inflação e dos fechamentos de empresas. Especialistas da indústria automotiva esperam que a situação melhor em meados deste ano, e que o chamado gargalo da indústria acabe até dezembro.
A variante Ômicron, no entanto, gerou mais incertezas após a imposição de mais restrições por China e Europa. Mas o FMI acredita que a primeira linha de defesa é combater os gargalos no fornecimento com medidas regulatórias, sempre que possível com um mapeamento rápido do licenciamento do transporte, flexibilização das restrições às horas de operações de portos, racionalização das inspeções e facilidade nas regras de imigração para combater a escassez de trabalhadores, avançou a ONU News.