Da Redação
Com agencias
O secretário de Estado dos Transportes reconheceu que a situação financeira da TAP ficou mais frágil depois da greve dos pilotos e anunciou que a empresa irá apresentar na próxima semana um plano para melhorar essa situação.
“A situação financeira da TAP ficou mais frágil depois desta greve de 10 dias, por isso pedimos à empresa que fizesse uma análise da situação e apresentasse propostas para mitigar esta fragilidade”, disse ho secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, em conferência de imprensa no Ministério da Economia.
Segundo o governante, estas propostas para melhorar a situação financeira da TAP podem ser no âmbito de uma política comercial mais forte ou da redução de custos. “Esperamos a apresentação do plano na próxima semana”, acrescentou Sérgio Monteiro.
Os pilotos da TAP e da Portugália cumpriram 10 dias de greve (entre o 1º de Maio e o passado domingo) por considerarem que o Governo não está a cumprir o acordo assinado em dezembro de 2014, nem um outro estabelecido em 1999, que lhes dava direito a uma participação de até 20% no capital da empresa no âmbito da privatização.
Segundo o SPAC, “em média” ao longo dos dez dias de paralisação foram cancelados 50% dos voos “originalmente planejados”. Já a transportadora aérea portuguesa alega que, durante os dez dias de greve, realizou, em média, 70% dos voos diários.
Prejuízo de 35 milhões
O ministro da Economia fez balanço da paralisação de dez dias dos pilotos da TAP. “Nunca uma greve na TAP teve uma adesão tão baixa”, afirmou Pires de Lima, garantindo que “a TAP continuou a voar”. Apesar da “baixa adesão”, o Governo calcula que a greve provocou um rombo de 35 milhões de euros nas contas da TAP e não avança, para já, com estimativas para o prejuízo causado à economia nacional e ao turismo.
Segundo ele, uma greve “irresponsável”, fruto de um comportamento “radical” da direção do sindicato. O ministro da Economia voltou a criticar fortemente a direção do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), responsável pela convocação da greve de dez dias que chegou este domingo ao fim. Pelos cálculos apresentados por Pires de Lima, a paralisação provocou um rombo de 35 milhões de euros nos cofres da transportadora.
“Estamos a falar de quase 25 milhões de euros de receitas perdidas, a que se devem somar cerca de dez milhões de euros de custos em dormidas, refeições e outras despesas de encaminhamento”, explicou o governante. Segundo Pires de Lima, a TAP conseguiu efetuar, além dos 278 voos estipulados nos serviços mínimos, 1.739 voos ao longo dos 10 dias de paralisação e o grupo TAP efetuou um total de 2.017.
Também o presidente do Turismo de Portugal, João Cotrim Figueiredo, afirmou que “os danos reputacionais” provocados por 10 dias de paralisação “vão prolongar-se muito para além da greve em si”, afetando as reservas para o verão.
“Este dano causado pela greve dos pilotos da TAP nos últimos 10 dias vai muito para além daquilo que foram os cancelamentos diretos que resultaram da greve”, afirmou João Cotrim Figueiredo, adiantando que a paralisação “teve uma adesão inferior aquilo que se chegou a temer e portanto tem um dano financeiro menor aquilo que se chegou a temer”.
A estimativa das agências de viagens é entre 25 e 28 milhões de euros os prejuízos em vendas sofridos com a greve. O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) diz que o “clima de conflito está instalado” na transportadora, o que está a provocar uma quebra na confiança dos consumidores, disse em declarações ao Público.