Festival de folclore resgata tradições portuguesas no Rio de Janeiro

Por Ígor Lopes

Para Mundo Lusíada

Com o intuito de manter as tradições portuguesas, a casa Camponeses de Portugal foi palco de um festival de folclore no último dia 5 de junho, na sua sede campestre, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. O evento reuniu cerca de 900 participantes, que assistiram à apresentação de 15 ranchos folclóricos, que mostraram a maneira certa de representar uma das culturas mais imponentes de Portugal. A par do famoso “vira”, muitas canções típicas e a concertina fizeram a festa de quem prestigiou essa atividade cultural.

Em palco estiveram os ranchos Fausto Neves, Camponeses de Portugal, Serões das Aldeias, Arouca Barra Clube, João Batista Scalabrini, Lavradeiras de Portugal, Almeida Garret, Cancioneiro de Águeda, Maria da Fonte, Luiz de Camões, São Rafael Arcanjo, Casa de Viseu, Guerra Junqueiro, João Ramalho e Vasco da Gama, juntando cerca de 500 componentes.

Manoel da Silva Monteiro, presidente da casa Camponeses de Portugal, disse que o festival foi “positivo e de grande importância, além de ter tido uma ótima aderência por parte das pessoas”.

Manoel Monteiro afirmou que através do folclore, é possível manter vivas as tradições portuguesas. “Hoje em dia, os descendentes de portugueses estão lutando para não deixarem essa tradição terminar. Isso me dá a certeza de que haverá clubes para dar continuidade às tradições”.

Segundo César Soares, presidente da Delegação da Federação do Folclore Português no Brasil, “um festival de Folclore é um meio de se fazer intercâmbio entre os componentes dos grupos ou ranchos folclóricos, e uma maneira de que os mesmos possam mostrar o trabalho que cada um desenvolve, apresentando as tradições da região a que pertencem”.

Este responsável sublinha que o festival é realizado anualmente para as comemorações do dia 10 de junho, Dia de Portugal, com o suporte da Federação das Associações Portuguesas e luso-brasileiras e com o apoio da Delegação da Federação do Folclore Português no Brasil.

“O folclore é o maior intercâmbio entre os jovens do mundo e, no nosso caso, mais entre os jovens luso-brasileiros, pois é grande o movimento entre os grupos que se deslocam dentro do Brasil, entre Brasil e Portugal e dentro das nossas cidades. Na Europa, nos meses de verão, os grupos se deslocam pelos diversos países da comunidade europeia e, quando passam por algum país e precisam pernoitar, são hospedados em casa de componentes dos grupos daquele país previamente agendado pela Federação do Folclore Português”, conta César Soares, que recorda que “cada grupo federado deve promover anualmente, se possível, um festival de folclore”.

César Soares lembra ainda que este ano terá lugar o festival da Casa de Viseu, da Casa Aldeias de Portugal e do Arouca Barra Clube, “que são os grupos filiados à Federação do Folclore Português no Rio de Janeiro”. Para finalizar, César Soares acredita que é o folclore que dá vida às associações. Para ele, uma casa sem um rancho folclórico é uma casa “sem vida, sem representação, sem alma”.

Com um rancho folclórico de tradição nas festas da comunidade portuguesa no Rio de Janeiro, os Camponeses de Portugal estão preparando uma surpresa para o público fã dessa atividade. Novos trajes estão sendo confeccionados especialmente em Portugal e serão apresentados em outubro. Para isso, há uma ajuda financeira que nasce do esforço dos componentes do grupo em angariar fundos através de festas, bingos, rifas e leilões.

Mas a festa não para por aí. A casa Camponeses de Portugal realiza no próximo dia 26 de junho um almoço típico. E para comemorar o seu 37° aniversário, vai ter lugar no clube uma grandiosa festa no dia 17 de Julho.