Festival de Cinema Português em Londres reúne produções do Brasil, Angola e Guiné-Bissau

Da Redação
Com Lusa

"O Grande Kilapy” de Zézé Gamboa, com Lázaro Ramos, é uma produção Portugal, Brasil e Angola.
“O Grande Kilapy” de Zézé Gamboa, com Lázaro Ramos, é uma produção Portugal, Brasil e Angola.

O Festival de Cinema Português no Reino Unido abriu a filmes de Angola, Guiné-Bissau e Brasil a edição deste ano, que será de transição para um novo formato que passará a chamar-se Utopia.

“Abrimos o festival a filmes brasileiros e africanos porque chegamos à conclusão de que uma mostra de filmes unicamente de realizadores portugueses seria redutora. Portugal é um país com uma língua e uma história que ultrapassaram as suas fronteiras”, afirmou a diretora, Erica Rodrigues, à agência Lusa.

A escolha do novo nome, vincou, reflete esta evolução: “partimos da ideia e do ideal de que a língua portuguesa seja a base para o diálogo entre países com identidades distintas. A nossa “utopia” parte de uma língua e de um passado comum para um diálogo entre culturas diversas, tendo como veículo principal o cinema”.

O festival, na quarta edição, decorrerá entre 27 de novembro e 08 de dezembro em quatro salas em zonas diferentes de Londres, estando a abertura a cargo de “O Grande Kilapy”, estreado no ano passado no Festival de Cinema de Londres, realizado pelo angolano Zézé Gamboa, que estará na sessão para apresentar o filme e discutir com a assistência.

Baseada em fatos reais dos anos 1970, a história centra-se em João Fraga, um jovem angolano forçado pela PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado) a regressar a Luanda após iniciar uma relação com uma filha de um ministro de Salazar enquanto estudava em Lisboa, e que acaba na prisão por desviar dinheiro público para financiar o estilo de vida boémio e também a oposição aos colonizadores.

Ainda de Angola, será projetado “Por aqui tudo bem”, de Pocas Pascoal, premiada com o galardão de Melhor Filme Narrativo do Festival de Cinema de Los Angeles do ano passado.

O contingente brasileiro é composto por “Eles Voltam”, do brasileiro Marcelo Lordello, considerado Melhor Filme No Festival de Cinema Brasileiro de Brasília em 2012 e o Tigre de Ouro no Festival de Cinema Internacional de Roterdão, ambos em 2012, e “Domésticas”, documentário de Gabriel Mascaro.

O cinema da Guiné-Bissau estará representado por “A batalha de Tabatô”, uma coprodução com Portugal assinada pelo português João Viana que lhe valeu uma menção honrosa de Melhor Estreia no Festival de Cinema de Berlim de 2013.

De Portugal serão mostrados o documentário “Terra de Ninguém”, considerado a Melhor Longa-Metragem, Melhor Primeira Obra e Prémio Escolas do DocLisboa 2012, cuja autora, Salomé Lamas, participará num período de perguntas e respostas, tal como João Pedro Rodrigues, co-realizador com Rui Guerra da Mata, de “A última vez que vi Macau” (Menção Especial no Festival de Cinema Internacional de Locarno 2012).

O filme “O Cerco”, realizado por António Cunha-Telles em 1970 e considerado emblemático do Novo Cinema português, terá uma sessão especial no centro cultural Barbican, integrado num ciclo de filmes chamado “Pop: Imagens de Desejo”, que decorre em paralelo a uma grande exposição sobre o design da arte pop.

O evento encerra com quatro curtas-metragens de João Nicolau: “Rapace” (Melhor Curta no Entrevues – Festival de Cinema de Belfort e Festival de Cinema de Milão em 2006), “Canção de Amor e Saúde”, “O Dom das Lágrimas” e “Gambozinos” (Prémio Illy no Festival de Cannes 2013).

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