Festa do Divino Espírito Santo de Paraty será acompanhada pela internet

Arquivo/ Celebração do Divino Espírito Santo pela Casa dos Açores de SP.

Da Redação

Todos os anos, a Festa do Divino Espírito Santo de Paraty provoca comoção na cidade. O calçamento centenário das ruas históricas é tomado por fieis em procissão. Bandeiras e estandartes colorem o cenário bucólico. A multidão entoa cantos religiosos e executa rituais repetidos há gerações pelos paratienses.

Em um município conhecido por suas celebrações, a Festa do Divino Espírito Santo marca o mês de maio na agenda cultural e religiosa no Rio de Janeiro. Além de acolher visitantes, consegue mobilizar a população local, que mantém vivas as tradições.

Em 2020, contudo, a pandemia de coronavírus (Covid-19) alterou a programação do evento. Diante das recomendações para manter o isolamento social, as atividades culturais, públicas e coletivas foram canceladas.

Para não deixar de cumprir com uma tradição tão enraizada na cultura de Paraty, a Paróquia Nossa Senhora dos Remédios (Pascom) vai manter a programação religiosa, que será executada por um pequeno grupo.

Os devotos podem acompanhar as celebrações na página da paróquia no Facebook e Youtube. Novenas e missas serão transmitidas todos os dias às 19h, no período de 22 a 31 de maio. As atividades acontecem na Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1962.

Em 2013, a Festa do Divino Espírito Santo de Paraty foi inscrita no Livro de Registro das Celebrações do Iphan. O reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro se fundamenta nas manifestações culturais da festa e na construção de valores identitários que o festejo promove para os moradores do município.

A Festa do Divino Espírito Santo de Paraty

A celebração do Espírito Santo é uma manifestação cultural e religiosa, de origem portuguesa, disseminada no período da colonização e ainda hoje presente em todas as regiões do Brasil, especialmente promovida pela comunidade açoriana no país. A estrutura básica compõe-se de folia; coroação de um imperador; e Império do Divino, símbolos principais do ritual.

Ao longo dos anos, a Festa do Divino Espírito Santo de Paraty vêm incorporando outros ritos e representações que agregam elementos próprios relacionados à história e à formação de sua sociedade.

As atividades se iniciam a partir do Domingo de Páscoa. Na sequência, manifestações e rituais ocorrem ao longo da semana que antecede o Domingo de Pentecostes, principal dia da festa.

A festa propicia momentos de colaboração entre a comunidade, como o almoço do Divino, a distribuição de doces e de carne aos mais necessitados. A Pascom explica que “neste ano, a tradicional campanha do quilo – de grande importância na arrecadação de alimentos para doação às famílias carentes assistidas pelas conferências Vicentinas Santa Paulina e São Benedito – acontecerá de forma diferente. Serão criados pontos de coleta, onde os fiéis poderão levar suas doações.”

Além de agregar um grande número de pessoas, ao longo do ano exige intensa preparação da Comissão de Festeiros e reúne um conjunto de celebrações, formas de expressão, lugares, ofícios, práticas e saberes.

Açorianos

As Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres são, tradicionalmente, um ponto de encontro para a família açoriana. Muito difundida na comunidade portuguesa, as Casas dos Açores que existem no Brasil também promovem e divulgam bastante sobre essa cultura.

Nesta quinta-feira, se adequando ao momento da epidemia, a Casa dos Açores do Rio Grande do Sul retoma atividades de modo virtual. A Quinta Cultural deste dia 21 será um bate papo sobre a Festa do Divino Espírito Santo, com convidados Carla Marques Gomes e Regis Albino.

Nos Açores, todos os anos milhares de visitantes das ilhas açorianas, do continente português, dos Estados Unidos, do Canadá, da Bermuda e até do Brasil chegam ao Funchal para as celebrações. Este ano, as restrições decorrentes da pandemia de Covid-19 levaram ao cancelamento das festas e à impossibilidade de deslocação de muitos emigrantes.

As festas do Santo Cristo dos Milagres, as maiores festas religiosas dos Açores, não se realizam pela primeira vez em 320 anos, devido à pandemia da covid-19.

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