Mundo Lusíada
Com agencias
O chefe do Governo e o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, participaram na comemoração oficial do Dia da Restauração, em Lisboa, a primeira desde que o feriado do 1º de Dezembro foi reposto. A cerimônia foi promovida e organizada pela Sociedade Histórica da Independência de Portugal, o Movimento 1º Dezembro de 1640 e a Câmara de Lisboa.
“O que celebramos e celebraremos sempre é a nossa pátria e a nossa independência”, vincou Marcelo Rebelo de Sousa, em Lisboa no discurso das comemorações.
O chefe de Estado elencou as várias áreas de independência de Portugal que devem ser valorizadas: primeiro abordou “independência política, que tanto deve” às forças armadas, e depois falou também na “independência ética”, que “impõe o respeito e a dignidade da pessoa humana” e o respeito pela “vida comunitária, em particular no serviço público e na gestão do dinheiro público”.
No que diz respeito à “independência financeira e econômica”, Marcelo sublinhou que esta “exige rigor, crescimento, emprego e justiça social e recusa sujeições espúrias, subserviências intoleráveis e minimizações inaceitáveis”, e completou: “Todos sabemos que os nossos compatriotas são cá dentro e lá fora os melhores dos melhores”.
Na sua intervenção, de menos de dez minutos, o chefe de Estado disse ainda que o feriado do 1.º de Dezembro “nunca deveria ter sido suspenso”.
O primeiro-ministro, António Costa, valorizou a presença em conjunto do chefe do Governo e do chefe de Estado nas cerimônias do Dia da Restauração, enaltecendo a “importância simbólica, histórica e política” do 1º de Dezembro, novamente feriado.
“A restauração do feriado da Restauração de 1640, e a presença do Presidente da República neste ato, significam que o Estado acompanha a nação na importância simbólica, histórica e política que dá a esta data e à mensagem que nos transmite, que devemos valorizar em permanência, com sentido pedagógico”, advogou o chefe do Governo, falando em Lisboa nas cerimônias do Dia da Restauração.
Valorizando a “primeira vez, em muitos anos”, que se juntam chefe do Governo e chefe de Estado no 1º de Dezembro, Costa vincou que a celebração não se dá por um “serôdio sentimento anti-castelhano, que não tem sentido no presente de Portugal e Espanha”.
O primeiro-ministro lembrou a visita de Estado a Portugal dos reis de Espanha, que terminou no dia anterior, para lembrar a união entre os dois países em matérias como a União Europeia, a NATO, o universo ibero-americano ou o “mercado ibérico crescentemente integrado”.
“Acolhemos turistas e imigrantes, investidores e refugiados, estudantes e artista”, numa “identidade aberta, cosmopolita e universalista” cada vez mais portuguesa, continuou António Costa.
A cerimônia central das comemorações terminou com a deposição de coroas de flores de homenagem aos heróis da Restauração. O 1.º Dezembro foi um dos quatro feriados suprimidos a partir de 2013 pelo Governo PSD/CDS-PP, entretanto repostos este ano pelo Governo socialista de António Costa.