Mundo Lusíada
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>> O cônsul-geral de Portugal em São Paulo, José Guilherme Ataíde, e presidente da Provedoria da Comunidade Portuguesa, Fernando Ramalho. |
Para o presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira, Antonio de Almeida e Silva, o balanço do ano em termos gerais foi bom. Mas a nota triste de 2010 fica por conta da falta de recursos à Provedoria da Comunidade Portuguesa, que neste ano não foi encaminhada pelo Governo português.
“Faltou aquela ajuda do governo, não para as associações de modo geral, mas para a Provedoria. Foi a nota triste de 2010” afirma Almeida, citando o trabalho feito com dificuldade pela Provedoria e com o Centro de Apoio para Portugueses Carenciados, que conta com a mesma diretoria do Lar dos Idosos da Provedoria, tem a sua existência ameaçada. “Corre o risco de ter suas atividades encerradas, na Casa de Portugal. É uma nota muito triste que consegue, não diria macular o restante, mas nos deixa insatisfeitos”.
Segundo o presidente do CCLB, o governo português foi bastante cobrado sobre esta questão diversas vezes, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, e do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Antonio Braga, além dos deputados eleitos pela Emigração.
“Não tivemos retorno até agora. Sabemos que Portugal passa por problemas sérios econômicos, mas isso é uma questão prioritária” diz Almeida e Silva.
Situação econômica difícil
Ao Mundo Lusíada, o Cônsul Geral de Portugal em São Paulo, José Guilherme Queiroz Ataíde, afirmou que sente a preocupação da comunidade portuguesa com o Centro de Apoio e a Provedoria. “Realmente percebo a preocupação da comunidade por não ter havido o habitual apoio do Governo português, que interpreto com o momento dificil que está atravessando Portugal neste momento em termos de contas externas” afirmou Ataíde, citando o recente pedido do ministro português das Finanças, Teixeira dos Santos, sobre a possibilidade do Brasil adquirir dívida pública de Portugal.
“Compreendo muito bem a preocupação da comunidade mas temo que isso tenha a ver com o momento passageiro em Portugal. Infelizmente, as pessoas tem que aceitar, não é fácil aceitar que Portugal está atravessando um momento difícil, não só Portugal como outros países da Europa” afirma.
Segundo o cônsul-geral, esta seria a causa da falta de repasse de recursos do governo português, porém não foi passada ainda uma posição oficial, o que significa uma “esperança” para que a situação mude, apontou.
Não só o Centro de Apoio sofre com a falta de recursos. Segundo Ataíde, o próprio Consulado também sente o mesmo. “Precisamos de obras urgentes, temos pedido ao governo apoio” sem resultados até o momento, diz. Para ele, neste momento o Brasil e a comunidade portuguesa poderiam dar um apoio a Portugal, para enfrentar este problema de recursos.