Falências em Portugal devem diminuir 4% em 2016

Da Redação
Com Lusa

BandeiraSelecao_ParqueNacoesPortugal continuará a ser um dos países da zona euro com uma taxa de insolvências mais elevada em 2016, mas o número de falências deve recuar 4% em relação a este ano, prevê a seguradora Crédito y Caución.

Numa análise econômica, a Crédito y Caución considera que os níveis de insolvência se vão manter relativamente elevados na zona euro, em 2016, e vão agravar-se em muitos mercados emergentes.

“O número de insolvências deve descer na maioria dos mercados avançados em 2015 e 2016, mas vai manter-se elevado, sobretudo na zona euro”, segundo o documento. As falências na zona euro devem descer 7% em 2015 e 5,4% em 2016, mantendo-se ainda assim 66% acima dos níveis pré-crise de 2007.

Em Portugal, o número de empresas que desaparecem deve aumentar 9% em 2015 e recuar 4% em 2016. Holanda, Espanha, Irlanda são os países que mais vão melhorar a este nível, com as falências a decrescerem 15 e 10%, respetivamente.

O número de falências nos países periféricos da zona euro (Portugal, Espanha, Grécia, Irlanda e Itália) foi elevado desde 2007, mas Irlanda e Espanha conseguiram uma recuperação razoável desde 2012/2013, enquanto em Portugal as insolvências estabilizaram num nível elevado e na Grécia continuaram a subir.

Portugal e Grécia vão continuar com a taxa de insolvência mais elevada deste conjunto de países em 2016, quase o dobro de Espanha, Irlanda e Itália.

As perspectivas da Crédito y Caución apontam para um ano marcado pelo lento crescimento económico mundial, com alguns mercados emergentes sob pressão, e um comércio global débil “que terá um impacto direto nas condições de risco comercial com que as empresas exportadoras se deparam”.

A companhia espanhola antecipa um crescimento global da economia de 2,5% em 2015 que deverá acelerar para 2,9% em 2016, com a zona euro a avançar para 1,7% face aos 1,5% previstos para 2015.

O documento indica que o principal risco para a economia em 2016 é a incerteza do crescimento do mercado chinês, já que uma maior desaceleração da economia asiática iria contagiar o resto do mundo através dos canais globais de comércio de bens e serviços e matérias-primas.

Embora a probabilidade deste cenário seja “moderada” terá um elevado impacto, segundo a seguradora. Outro dos riscos prende-se com as “turbulências nos mercados emergentes que levariam a um aumento das taxas de juro nos Estados Unidos”.

A deterioração das condições dos mercados emergentes deve-se, segundo a Crédito y Caución, à descida dos preços das matérias-primas, que prejudica os exportadores de produtos básicos, à desaceleração económica da China e à possibilidade de alteração da política monetária dos Estados Unidos.

A Crédito y Caución dedica-se à proteção dos riscos associados às vendas a crédito de bens e serviços. Desde 2008 é o operador do Atradius em Portugal, Espanha e Brasil.

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