Da Redação
Com Lusa
O recurso aos materiais sustentáveis na construção civil foi defendido durante a abertura de uma exposição, em Coimbra, para sensibilizar as pessoas quanto à vantagem de soluções inovadoras da indústria portuguesa nesta área.
A exposição coincide com a realização, no Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra, do 3º Congresso Luso-Brasileiro de Materiais de Construção Sustentáveis, organizado pelo ITeCons com a colaboração das universidades de Coimbra, do Minho e Federal da Paraíba (Brasil), com o objetivo de divulgar os avanços científicos e industriais no desenvolvimento e aplicação destes materiais.
Cortiça, palha, casca de arroz, terra e fibra de coco – ou mesmo borracha e madeira recicladas, por exemplo – são cada vez mais aplicadas na construção civil pelas qualidades de alguns destes materiais no isolamento térmico, acústico e das vibrações, entre outras.
Nas últimas décadas, “chegou-se à conclusão que muitos materiais naturais, utilizados no passado, são os que conferem menor agressividade” dos edifícios, segundo o presidente do Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção, Energia, Ambiente e Sustentabilidade (ITeCons), António Tadeu.
Associação sem fins lucrativos, ligada à Universidade de Coimbra, e que “funciona como interface dinâmica do conhecimento” entre a investigação e a indústria, o ITeCons, em conjunto com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), organizou a exposição sobre soluções e materiais de construção sustentáveis, que pode ser visitada até domingo, no centro comercial Alma Shopping.
“As empresas procuram valorizar esses materiais”, também para tirar partido da sua “resistência mecânica”, afirmou António Tadeu, realçando as vantagens sociais, econômicas e ambientais destas opções construtivas.
A exposição, em que estão representadas mais de 30 empresas nacionais, tem o objetivo de informar o público sobre esta realidade emergente da denominada economia circular.
“A nossa grande preocupação é promover os produtos sustentáveis e transferir conhecimento para a sociedade em geral”, declarou o presidente do ITeCons.
António Tadeu salientou que o emprego da lã das ovelhas da Serra da Estrela nas novas soluções construtivas, por exemplo, “valoriza a economia local” numa zona do interior de baixa densidade populacional.
Também a presidente da CCDRC, Ana Abrunhosa, realçou à Lusa a importância das “soluções construtivas sustentáveis”.
A Comissão de Coordenação “preocupa-se com as questões da economia circular” e com a necessidade de “melhorar a eficiência energética e das empresas”.
“Temos a obrigação de construir uma agenda regional para a sustentabilidade”, acentuou.