Ex-vice presidente do Banco do Brasil, atual executivo do Banco Banif, é preso em SP

Mundo Lusíada

SaoPaulo_capital_BrasilA Polícia Federal deflagrou na manhã de 11 de junho a Operação Porto Victoria para desarticular organização criminosa transnacional especializada em evasão de divisas e lavagem de dinheiro em vários países. Estima-se que de cerca de R$ 3 bilhões foram lavados em três anos de atuação.

Entre os detidos está o ex-vice presidente do Banco do Brasil, Allan Simões Toledo, atual executivo do Banco Banif em São Paulo. Segundo o Portugal Digital, Toledo trabalha na áreas comercial e de banca de investimento do banco português Banif Investment Banking.

Cerca de 130 Policiais Federais cumprem 11 mandados de prisão, 2 mandados de condução coercitiva e 30 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo/SP, Araras/SP, Indaiatuba/SP, Santa Bárbara do Oeste/SP e ainda em Curitiba/PR e Resende/RJ.

Os investigados responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira e organização criminosa.

Segundo divulgou o Banco do Brasil, Allan Toledo foi desligado em dezembro de 2011, depois de 29 anos trabalhando na instituição, após uma decisão do Conselho de Administração. O banco ainda declarou que não possui nenhuma informação sobre a investigação. De acordo com o site do G1, o Banif disse que não se irá manifestar sobre a detenção.

A investigação teve início em 2014 após solicitação da Agência Norte Americana de Imigração e Alfândega – ICE, para apuração de fatos envolvendo um brasileiro que atuaria junto a uma organização criminosa especializada em evasão de divisas e lavagem de dinheiro em diversos países, como Reino Unido, Venezuela, Estados Unidos, Brasil e Japão. As investigações da PF identificaram a atuação do grupo em diversas frentes.

Um dos esquemas baseou-se na especialização da retirada ilegal de divisas da Venezuela por meio de importações fictícias promovidas por empresas brasileiras, que tinham como fim somente a movimentação financeira. Os produtos brasileiros eram superfaturados em até 5.000% para justificar a remessa dos valores vindos da Venezuela. Em seguida, empréstimos e importações simuladas justificavam o envio dos recursos para Hong Kong, de onde então eram encaminhados para outras contas ao redor do mundo.

Outro modo de ação – realizado no Brasil – era a realização de importações fictícias realizadas por empresas brasileiras, valendo-se da colaboração de operadores do sistema financeiro com bancos e corretoras de valores, que faziam vistas grossas em relação à veracidade de transações comerciais que tinham como único fim o envio de dólares para o exterior, com aparência de legalidade.

Também foram detectadas transações por meio de um esquema conhecido como “dólar cabo”, realizadas tanto no Brasil quanto no exterior, à margem do sistema oficial de remessa de divisas.

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