Mundo Lusíada
Com agencias
Adelino Pinto, ex-vice-cônsul de Portugal em Porto Alegre que está foragido no Brasil, foi visto no último dia 28 de setembro na festa de comemoração da vitória de António Costa em Lisboa. As imagens foram transmitidas pela TVI, após os resultados das primárias do PS (Partido Socialista) em que António Costa conquistou 67,88% dos votos dos socialistas, contra 31,65% de António José Seguro.
A notícia avançada pelo jornal Zero Hora relata que Pinto “segue vivendo livremente em terras além-mar”. Segundo o jornal, foi por influência da ligação de Pinto com o PS que ele foi nomeado a vice-cônsul em 2010.
O ex-vice-cônsul português em Porto Alegre teve a sua prisão decretada pelas autoridades brasileiras em agosto de 2011, estando, desde então, na condição de foragido. Em outubro de 2011, o ex-vice-cônsul entrou na lista de procurados pela INTERPOL. Depois da acusação, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português demitiu o técnico superior por justa causa.
Ele foi acusado pela justiça gaúcha de quatro crimes relacionados com o desaparecimento de mais de um milhão de euros que a arquidiocese de Porto Alegre diz ter entregue ao então vice-cônsul para pagar a caução de um donativo de 5,2 milhões por parte de uma organização não-governamental (ONG) belga. O dinheiro seria destinado a pagar a recuperação de duas igrejas no estado brasileiro de Rio Grande do Sul.
Ainda enquanto funcionário do Protocolo de Estado do MNE, Adelino Vera Cruz Pinto foi nomeado vice-cônsul pelo ex-secretário de Estado das Comunidades António Braga, em Janeiro de 2010. Já nessa época, Adelino Pinto tinha cerca de um terço do seu salário penhorado, por decisão judicial, em resultado de uma dívida de mais de 78 mil euros.
Em sua defesa, Adelino Pinto afirmou que também é vítima do golpe que gerou um prejuízo de 2,5 milhões de reais (1,08 milhão de euros) à arquidiocese de Porto Alegre. “Eu e os padres fomos enganados”, vincou o ex-vice cônsul. Adelino Pinto acusa Teresa Falcão e Cunha, alegada representante da referida ONG belga, de ter ficado com o dinheiro e que a sua intervenção foi apenas de “intermediário”.
Em 2012, Teresa Maria Ferreira de Almeida Monteiro, a técnica do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras), é ex-namorada do diplomata, e teria entregue uma carta declarando que recebeu o dinheiro e que Adelino Pinto foi vítima de uma “situação criada” por ela e uma amiga. Na altura, em 2012, ela se mostrou disposta a devolver o que sobrou da quantia para inocentar Adelino Vera Cruz Pinto.