Mundo Lusíada
Com agencias
O ex-presidente de Portugal, Jorge Sampaio, é um dos vencedores do 1º Prêmio Nelson Rolihlahla Mandela. O prêmio foi criado por uma resolução da Assembleia Geral em junho de 2014 e seu estatuto aprovado pelo mesmo órgão em abril de 2015.
O objetivo é reconhecer as realizações daqueles que dedicam suas vidas a serviço da humanidade, promovendo os propósitos e princípios das Nações Unidas. Ao mesmo tempo, os premiados honram e prestam homenagem ao “legado extraordinário de Nelson Mandela de reconciliação, transição política e transformação social”.
O atual presidente português felicitou neste 23 de junho o seu antecessor, Jorge Sampaio, pela distinção com o prêmio Nelson Mandela das Nações Unidas, afirmando que se trata de um reconhecimento ao mais alto nível e que orgulha Portugal.
Numa mensagem divulgada pela Presidência, Aníbal Cavaco Silva diz que o prêmio atribuído a Jorge Sampaio “orgulha Portugal e os portugueses” e “honra a memória dessa notável figura política que foi Nelson Mandela e que agora distingue aqueles que, animados dos mesmos princípios, propugnam pela reconciliação, pelas transições pacíficas para regimes democráticos e pelo desenvolvimento econômico e social.
O antigo Presidente Jorge Sampaio foi um dos agraciados, na segunda-feira, na primeira edição do Prêmio Nelson Mandela, das Nações Unidas, pelo seu trabalho por um mundo melhor. O prêmio foi atribuído a Jorge Sampaio e uma oftalmologista da Namíbia, Helena Ddume.
O galardão foi criado no ano passado pela Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), para homenagear personalidades que se tenham dedicado a promover os ideais da organização. Tem como objetivo também prestar tributo aos esforços de Nelson Mandela “a favor da reconciliação, da transição política e da transformação social”, indica a Assembleia em comunicado.
Jorge Sampaio, Presidente da República durante 10 anos (1996 a 2006), foi também presidente da Câmara de Lisboa. De 2006 a 2012 foi enviado especial da ONU na luta contra a tuberculose.
No texto em que anuncia os premiados as Nações Unidas citam os esforços de Jorge Sampaio, 75 anos, como “grande apoiante da democracia portuguesa”, desde o tempo de estudante em que era um ativista político e depois do 25 de Abril, como político. E falam de Jorge Sampaio Presidente, trabalhando para construir uma imagem de um Portugal democrática e moderna enquanto apoiava a integração europeia e supervisionava a entrega de Macau à China.
Helena Ndume criou nos últimos 20 anos centros de tratamento oftalmológicos em toda a Namíbia. Já ajudou cerca de 30.000 pessoas a recuperar a visão e a ter atendimento gratuito para problemas com cataratas. Dirige atualmente o serviço de oftalmologia do hospital central de Windhoek.
Sampaio recebe surpreso
“O Prêmio Mandela é um estímulo e também uma responsabilidade. Pela vida fora tenho tentado dar o melhor que sei e o melhor que posso em nome de várias causas ou valores, nas mais diversas funções e circunstâncias”, referiu Sampaio aos jornalistas, antes de aludir ao seu percurso pessoal no período pós-presidencial, durante o qual já se envolveu na luta contra a tuberculose e na Aliança das Civilizações.
Neste contexto, Jorge Sampaio fez questão de salientar que, apesar de estar contente “e extremamente feliz” por ter sido distinguido com o Prêmio Mandela – “essa grande personalidade que marca tão decisivamente a Humanidade em décadas de sofrimento e depois de libertação” – nunca buscou pessoalmente qualquer recompensa pelo seu trabalho aos mais diversos níveis.
“O que se passa atualmente na Síria é inimaginável: Atinge toda a gente, destruíram-se universidades e casas. Depois de ter terminado a minha atividade nas Nações Unidas, nesta pequena parte, confesso que é uma satisfação dedicar-me a este capítulo a favor de um auxílio de emergência para os estudantes universitários sírios, do qual depende o futuro do país. Lutamos para que esta geração de jovens sírios não seja uma geração perdida”, frisou Jorge Sampaio perante os jornalistas, surpreso com o resultado do prêmio que teve cerca de 200 concorrentes.
Os prêmios serão entregues numa cerimônia nas Nações Unidas no dia 24 de julho e que se integra nas comemorações da vida de Nelson Mandela, que morreu em dezembro de 2013.
Os selecionados foram selecionados por um comitê das Nações Unidas liderado pelo presidente da Assembleia Geral, Sam Kutesa. A comissão também foi composta pelos representantes permanentes da Arábia Saudita, Argélia, Letônia, México e Suécia, representando cada um dos cinco grupos regionais da ONU. O embaixador da África do Sul junto à Organização também integrou o comitê.