Da Redação
Com Lusa
Os ex-líderes parlamentares do PSD Luís Montenegro e Hugo Soares, e o deputado Campos Ferreira, informaram que receberam “com surpresa” a notícia de acusados no caso das viagens do Euro 2016, negando a prática de qualquer crime.
“Tomámos conhecimento, com surpresa, mas também com absoluta tranquilidade, que no âmbito da investigação desenvolvida na sequência do chamado ‘processo das viagens ao Euro 2016’, o Ministério Público decidiu constituir-nos arguidos”, referem os três sociais-democratas, num comunicado enviado à agência Lusa, assinado por Hugo Soares, Luís Montenegro e Luís Campos Ferreira.
Segundo o jornal online Observador, os três vão ser constituídos acusados pelo alegado crime de recebimento indevido de vantagem no caso das viagens do Euro 2016, por parte do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.
Na mesma nota, os deputados Hugo Soares e Luís Campos Ferreira e o antigo parlamentar do PSD Luís Montenegro manifestam “total disponibilidade para prestarem os esclarecimentos que forem devidos” e asseguram que as viagens que realizaram no campeonato europeu de futebol foram pagas pelos próprios.
“Reiteramos a nossa total disponibilidade para prestar os esclarecimentos que forem devidos, reafirmando, sem tibiezas, que não praticámos qualquer crime e que as viagens que efectuámos naquela ocasião foram a expensas próprias”, refere a nota.
Segundo o Observador, o inquérito deverá ser concluído antes de agosto.
Além dos três sociais-democratas, já era público que antigos secretários de Estado do Governo do PS eram arguidos pelo mesmo crime: João Vasconcelos, ex-secretário de Estado da Indústria, Fernando Rocha Andrade, ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, e Jorge Oliveira, ex-secretário de Estado da Internacionalização, foram constituídos arguidos em julho de 2017, depois de se terem demitido do Governo de António Costa, na sequência desta polêmica.
Neste caso, a investigação incide sobre o alegado pagamento pela Galp Energia S.A. de viagens, refeições e bilhetes para diversos jogos da seleção nacional no Campeonato Europeu de Futebol de 2016.
Em causa estão factos suscetíveis de integrarem a prática de crimes de recebimento indevido de vantagem, previstos na Lei dos Crimes de Responsabilidade de Titulares de Cargos Políticos (Lei 34/87 de 16 de julho), segundo o Ministério Público.
No caso dos sociais-democratas, estará em causa o alegado recebimento indevido de viagens, refeições e bilhetes para o Euro 2016 através da empresa de viagens Cosmos, detida pela Olivedesportos, de Joaquim Oliveira.
Há cerca de um ano, em 13 de julho de 2017, o então líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, era confrontado com notícias que davam conta da abertura deste inquérito.
“Queria transmitir-vos que não tenho conhecimento de nenhuma investigação, nem eu, nem o senhor deputado Hugo Soares, nem o senhor deputado Luís Campos Ferreira. E estamos muito tranquilos: tal como há um ano tivemos ocasião de explicar, nós não viajamos nem a convite, nem por conta de nenhuma empresa, viajamos a expensas próprias”, afirmou nessa altura Montenegro, que viria a ser substituído no cargo por Hugo Soares, que entretanto também já não é líder parlamentar do PSD – lugar que atualmente pertence a Fernando Negrão.