Mundo Lusíada
Com agencias
As mais de 10 mil pessoas presentes no estádio da Luz para renderem a última homenagem a Eusébio protagonizaram uma primeira salva de palmas ainda antes de o corpo entrar no relvado.
A antiga estrela do Benfica e da seleção portuguesa de futebol, que morreu no domingo, manifestou como último desejo dar uma volta olímpica ao estádio que chamava a sua casa. Pelo menos 10 mil pessoas, entre adeptos “encarnados” e público anônimo, marcaram presença nesta homenagem ao “Pantera Negra”, vislumbrando-se inúmeros cachecóis e entoando cânticos, com realce para o “tu és o nosso rei Eusébio”.
O plantel principal de futebol do Benfica posicionou-se na bancada presidencial, liderado pelo treinador Jorge Jesus, numa zona em na qual se posicionaram igualmente muitas personalidades, além da mulher Flora, acomapanhada pelo presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira.
O corpo do antigo jogador de futebol esteve em câmara ardente no Estádio da Luz, porta 1 desde de domingo, com a missa realizada dia 06 na Igreja do Seminário no Largo da Luz, seguindo depois para o cemitério do Lumiar.
Cortejo
Milhares de pessoas despediram-se do ex-futebolista no trajeto do cortejo fúnebre nas ruas de Lisboa, numa onda de grande comoção. O cortejo fúnebre, que se dirigiu para os Paços do Concelho, foi recebido na avenida da República, no Saldanha e na avenida Fontes Pereira de Melo por uma salva de palmas monumental.
Com as vias cortadas ao trânsito em direção ao Marquês de Pombal, as pessoas, que começaram a chegar cerca das 14:15, invadiram as faixas de rodagem, deixando apenas a do meio para o cortejo fúnebre. Em alguns rostos das muitas pessoas que se encontravam no passeio central da praça Duque de Saldanha eram visíveis lágrimas e os olhos marejados.
Além de centenas de anónimos, o corpo de Eusébio foi recebido por pelotões da Polícia Muncipal e do Regimento Sapadores Bombeiros (RSB), pelo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, por vereadores, como Fernando Seara, Teresa Leal Coelho e José Sá Fernandes, pela presidente, Helena Roseta, e deputados da Assembleia Municipal, presidentes das Juntas de Freguesia, pelos deputados socialistas Inês de Medeiros e Jorge Lacão, pela antiga campeã olímpica Rosa Mota, e pelo ex-governante Laurentino Dias.
No local estava também um veículo do RSB, com autoescada, batizado em maio do ano passado, numa cerimónia no Rossio, com o nome do “Pantera Negra”, Eusébio da Silva Ferreira.
A passagem do cortejo pela Praça do Município durou cerca de cinco minutos, tempo suficiente para mais aplausos, vivas, fotografias e para que centenas, de olhar emocionado, entoassem em coro o Hino Nacional.
O trajeto entre o Estádio da Luz e a Praça do Município foi acompanhado por milhares de pessoas, que formaram um cordão humano praticamente ininterrupto, sobretudo quando o carro fúnebre saiu da Segunda Circular e entrou no Campo Grande.
Funeral
Eusébio da Silva Ferreira foi sepultado no cemitério do Lumiar, em Lisboa, pouco depois das 18:30 (horário local). À semelhança do que se passou ao longo do dia, milhares de pessoas deslocaram-se ao cemitério para prestarem homenagem a Eusébio, cuja urna foi acompanhada por jogadores da equipe principal do Benfica.
O diretor desportivo e antigo jogador, Rui Costa, o capitão de Luisão, visivelmente emocionado, e o avançado Cardozo depositaram uma bandeira do Benfica na campa do antigo ponta de lança.
A presença de milhares de pessoas dificultou a passagem do carro funerário no interior do cemitério e atrasou a cerimônia, obrigando a polícia a formar um cordão de segurança para que se procedessem às últimas exéquias.
Moçambique
Eusébio nasceu a 25 de janeiro de 1942 em Lourenço Marques (atual Maputo), em Moçambique.
O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, escreveu ao presidente moçambicano, Armando Guebuza, apresentando à nação moçambicana as suas condolências pela morte de Eusébio, que apontou como um símbolo que une Portugal e Moçambique.
“Tendo presente a íntima ligação de Eusébio a Moçambique e ao seu povo, inúmeras vezes evocada e consubstanciada na sua dupla nacionalidade, apresento agora a Vossa Excelência e a toda a grande nação moçambicana a expressão das minhas mais sentidas e sinceras condolências. Este voto é partilhado por Portugal inteiro”, lê-se na carta do primeiro-ministro português.
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