Da Redação Com Lusa
A ministra da Saúde angolana congratulou-se com a doação de material de biossegurança e de testes à covid-19 feito pela União Europeia (UE), afirmando que o material vai ajudar na campanha nacional de vacinação, prevista para fevereiro.
“Vem aqui por esta altura um reforço que nos vai ajudar, não só para abordagem preventiva dos pacientes, mas também para enfrentarmos o desafio que se avizinha que é a campanha de vacinação nacional e, para este, também o material de biossegurança é necessário”, afirmou Sílvia Lutucuta, em Luanda.
A governante, que falava na sede da Central de Compras e Distribuição de Medicamentos e Dispositivos Médicos de Angola (Cecoma), onde recebeu a doação, agradeceu o “apoio incondicional da UE não só no período da pandemia mas em todos os outros projetos ligados à saúde”.
A oferta da União Europeia a Angola, avaliada em 378,17 mil euros, é composta de material médico específico de proteção e testagem da covid-19.
Entre o material doado, contam-se 300.000 máscaras cirúrgicas do tipo II, 30.000 máscaras do tipo IIR, 44.000 máscaras KN95, 50.000 toucas descartáveis, 100.000 proteções para sapatos, 475 roupas de proteção nível I, 475 roupas de proteção nível II, 950 óculos de proteção, 15.000 viseiras, 4.000 testes rápidos e 8.000 luvas descartáveis em vinil.
Sílvia Lutucuta recordou que a campanha nacional de vacinação contra a covid-19 tem início previsto para fevereiro e compreende três fases, sendo que na primeira devem chegar ao país 12 milhões de doses de vacinas, doação da iniciativa Covax.
“E, nesta fase inicial, só vamos vacinar cerca de seis milhões de pessoas e dentro das prioridades que já estão definidas, como profissionais de saúde, forças de ordem e segurança, pessoas expostas. Temos também várias caracterizações, como a idade e o nível de exposição, pessoas com comorbilidade. Depois temos outras fases”, explicou.
De acordo com a ministra angolana, o país já dispõe de máquinas e/ou equipamentos para fazer o teste da nova variante da covid-19, “que precisa de uma análise genética, e os respetivos reagentes chegam esta semana ao país”.
Questionada pela Lusa de como se vai processar a distribuição do material de biossegurança às unidades hospitalares do país, em face de algumas reclamações sobre a escassez desse material, a governante garantiu que serão afinados os mecanismos de gestão a nível local.
“É bom aqui informar que os orçamentos das nossas unidades sanitárias é descentralizado, nós vamos continuar a trabalhar com as unidades sanitárias para parte deste material de biossegurança ser mesmo adquirido com base nos seus orçamentos e a Cecoma irá complementar”, frisou.
“Nós fizemos um esforço muito grande no sentido de garantir que todos esses meios sejam, em primeira instância, distribuídos às províncias e essa gestão é local, mas vamos afinar os mecanismos de gestão a nível local para melhorar o quadro” assegurou.
A cerimônia de entrega do material de biossegurança ao Ministério da Saúde angolano foi presidida pelo ordenador nacional do Fundo Europeu para o Desenvolvimento e ministro da Economia e Planeamento angolano, Sérgio Santos, e a embaixadora da União Europeia em Angola, Jeannette Seppen.
Sérgio Santos considerou, na ocasião, “que não é possível que haja economia sem saúde”, referindo que a doação “surge para defender as vidas”.
“E por isso estamos com o Ministério da Saúde, que está a defender a vida dos angolanos”, acrescentou.
“Esse material vai ajudar neste esforço que o Governo de Angola está a fazer para defender a nossa população dessa situação tão difícil da disseminação desta doença perigosa e mortal”, notou.
Angola, que vive a oitava prorrogação da situação de calamidade devido à covid-19, contabiliza 17.642 casos positivos, 408 óbitos e 11.223 recuperados.