Da Redação
Com Lusa
A União Europeia vai dar 17 milhões de euros a Cabo Verde para criar empregos e requalificar os portos nas ilhas do Maio e do Sal, um investimento a fundo perdido, foi anunciado esta semana.
O acordo do investimento foi assinado, na cidade da Praia, pela chefe da delegação da União Europeia em Cabo Verde, Sofia Moreira de Sousa, e pelo vice-ministro e ministro das Finanças cabo-verdiano, Olavo Correia.
Do total dos 17 milhões de euros, 11 milhões destinam-se a ampliar e modernizar o Porto Inglês, na ilha do Maio, e o Porto da Palmeira, no Sal.
Mais três milhões de euros serão destinados a um programa de desenvolvimento territorial, em parceria com a Câmara Municipal do Maio e a sociedade civil, enquanto mais 2,8 milhões serão para a construção de um sistema integrado de tratamento de resíduos sólidos na mesma ilha.
No ato de assinatura do documento, a embaixadora da União Europeia em Cabo Verde, Sofia Moreira de Sousa, sublinhou o facto de se tratar de um investimento a fundo perdido, ou seja, um donativo, que não aumenta a dívida pública de Cabo Verde.
“É o maior investimento público feito na ilha [do Maio] por um parceiro internacional na última década”, referiu a mesma responsável, destacando igualmente a importância das alianças e do trabalho conjunto para a concretização deste investimento também relevante para a retoma turística no país após a crise provocada pela covid-19.
Relativamente ao Maio, que recentemente foi declarado reserva da Biosfera da UNESCO, a par do Fogo, Sofia Moreira de Sousa considerou que o investimento servirá para “dar um novo impulso para o desenvolvimento econômico sustentável da ilha”.
“Esta contribuição da UE permitirá a requalificação do Porto Inglês, principal porto da ilha e pilar fundamental para o seu desenvolvimento”, reforço a embaixadora, para quem o donativo contribui ainda para a criação de emprego decente e para a conservação ambiental.
O vice-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, também destacou o trabalho realizado ao longo de muitos meses para a concretização do donativo, que considera ser um contributo em prol do desenvolvimento da ilha do Maio, em particular, e de Cabo Verde, no geral.
O donativo da União Europeia faz parte de um total de 44 milhões de euros de investimentos previstos para as ilhas do Sal e do Maio, com o remanescente a ser financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e pelo Governo de Cabo Verde, ainda segundo o ministro.
Para o número dois do Governo, trata-se de um “projeto transformador”, que vai melhorar o nível de serviços nos portos das ilhas do Maio e do Sal, gerar oportunidades de empregos para as mulheres e os jovens, além de reforçar e elevar a qualidade dos serviços públicos, administrativos e sociais, ambientais e econômicos da ilha do Maio.
“E isto é muito importante para o desenvolvimento sustentável e territorial da ilha, sobretudo quando foi declarada como sendo reserva da Biosfera pela UNESCO”, considerou Olavo Correia, acrescentando ainda que o investimento vai permitir reforçar as capacidades da autarquia do Maio, para garantir uma gestão sustentável do sistema dos resíduos sólidos e saneamento.
Além disso, o ministro referiu que o donativo da União Europeia vai permitir criar vias de acesso a essas duas infraestruturas portuárias, promover a sensibilização para questões ligadas ao HIV/sida, promover a segurança portuária e uso do sal iodado, bem como implementar um plano de gestão ambiental e social para a ilha do Maio.
“Com estes investimentos teremos as condições criadas para que o Maio continue a sua trajetória em termos de desenvolvimento”, salientou Olavo Correia, lembrando que a ilha é a segunda menos povoada do país, com cerca de 7.000 habitantes, a mais próxima da capital de Cabo Verde, Praia, e apontada como tendo grande potencial turístico.
O governante disse ainda que a ilha “abre novos horizontes”, com este apoio da União Europeia, mas também com o centro turístico “Little África Maio”, anunciado na semana passada, de 500 milhões e que prevê criar mais de 4.000 empregos, quando começar a funcionar, dentro de três anos.