Europa aprova ajuda de 3,4 mil ME a Estados-membros que acolhem refugiados

Crianças refugiadas ucranianas brincam num antigo campo de férias, transformado em local de abrigo para refugiados, onde vivem com as suas mães, em Cosnita, Moldova, 02 de abril. NUNO VEIGA/LUSA
Crianças refugiadas ucranianas brincam num antigo campo de férias, transformado em local de abrigo para refugiados, onde vivem com as suas mães, em Cosnita, Moldova, 02 de abril. NUNO VEIGA/LUSA

Da Redação com Lusa

Nesta quinta-feira, o Parlamento Europeu (PE) deu luz verde ao desembolso imediato de mais de 3,4 mil milhões de euros para os Estados-membros da União Europeia (UE) que acolhem refugiados em fuga da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Com a aprovação pelo PE – por 549 votos a favor, um contra e oito abstenções -, depois do aval pelo Conselho da UE, na quarta-feira, estão cumpridas as formalidades para a verba poder chegar aos países em causa.

Os mais de 3,4 mil milhões de euros permitem aliviar a pressão sobre os orçamentos públicos dos Estados-membros, para que estes possam lidar com o fluxo de refugiados procedentes da Ucrânia.

O pré-financiamento da parcela de 2021 da Assistência à Recuperação para a Coesão e os Territórios da Europa (REACT-EU) será aumentado de 11% para 15% para todos os Estados-membros e de 11% para 45% para os países da UE onde o fluxo de refugiados da Ucrânia ascendeu a mais de 1% das suas populações no final do primeiro mês após a invasão russa.

Os países que receberão um pré-financiamento de 45% são a Hungria, a Polônia, a Romênia e a Eslováquia, que fazem fronteira com a Ucrânia, bem como a Áustria, a Bulgária, a República Checa, a Estônia e a Lituânia, que, até 23 de março de 2022, tinham acolhido um número de pessoas deslocadas equivalente a mais de 1% da sua população.

Além disso, a proposta introduz um custo unitário por pessoa, permitindo assim uma aplicação mais fácil e mais rápida dos fundos.

A proposta para se aumentar o pré-financiamento dos Estados-membros ao abrigo da REACT-EU complementa a proposta da Ação de Coesão a favor dos Refugiados na Europa (CARE) adotada em 08 de março e a possibilidade de os Estados-membros recorrerem à parcela de 2022 da REACT-EU para apoiar as medidas de ajuda aos refugiados da Ucrânia.

A iniciativa legislativa de emergência REACT-EU foi criada para ajudar à recuperação econômica na sequência da pandemia de covid-19.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.563 civis, incluindo 130 crianças, e feriu 2.213, entre os quais 188 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções econômicas e políticas a Moscou.

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