Da redação com Lusa
O euro é a segunda moeda mais usada depois do dólar, segundo o relatório anual sobre o relevo internacional da moeda europeia, publicado pelo Banco Central Europeu (BCE) na terça-feira.
“Depois da pandemia, a Zona Euro registou uma das recuperações mais elevadas da sua história, graças também ao amplo apoio orçamental e à política monetária”, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde.
Agora, a Zona Euro confronta-se com uma forte subida da inflação pelos custos de energia mais elevados, pelos ‘estrangulamentos’ e pela normalização da procura, na medida em que as economias reabrem.
Mas estes acontecimentos não resultaram em “uma mudança significativa na importância internacional do euro”, segundo Lagarde.
A quota do euro nas reservas em divisas internacionais aumentou em 2021 em meio ponto percentual, para 20,6%, e a quota do euro nas emissões de dívida internacional subiu em quase três pontos percentuais, para 24,6%.
A invasão da Ucrânia pela Federação Russa e as sanções financeiras impostas a esta, como congelar metade as suas reservas e excluir alguns bancos do sistema de pagamentos Swift, aumentaram as especulações sobre as suas implicações na função global do dólar e do euro.
A Federação Russa já tinha reduzido em muito a sua exposição em dólares desde a anexação da Crimeia e das sanções aplicadas em 2014, acrescentou-se no documento do BCE.
Não obstante, a Federação Russa tinha diversificado as suas reservas estrangeiras oficiais e reduzido estas em 630 mil milhões de dólares.
Em meados de 2021, o ouro superou o dólar nas reservas estrangeiras da Federação Russa, chegando a 22%, acima dos 16% do dólar.
A proporção dos 13% do renminbi aproxima-se do dólar, ao passo que os ativos denominados em euros alcançaram os 32%, segundo dados do BCE.
Praticamente, todos os ativos oficiais da Federação Russa em obrigações do Tesouro dos EUA foram liquidadas.
Desde o início do presente milênio, a quota do dólar nas reservas em divisas estrangeiras globais caiu mais de dez pontos percentuais, em benefício de outras divisas, incluindo o renminbi.
Mas, em outras dimensões, o uso internacional da divisa dos EUA permaneceu estável, como nas faturas do comércio internacional, ou aumentou mesmo, como na emissão de títulos de dívida internacional, mencionou-se no documento do BCE.