Primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, recebeu a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, na ilha do Sal.
Da Redação
Com Portugal Digital
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, garantiu em 17 de janeiro na ilha cabo-verdiana do Sal que os Estados Unidos da América (EUA) estão “fortemente comprometidos” em apoiar Cabo Verde a combater o narcotráfico, a criminalidade organizada, a migração ilegal e a lavagem de capitais.
Segundo o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, durante o seu encontro de 45 minutos com Hillary Clinton no aeroporto internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, questões relativas à defesa e segurança, sobretudo à segurança marítima, ao combate à pirataria, ao narcotráfico, à emigração clandestina, à circulação de grupos extremistas e à criminalidade organizada na sub-região oeste-africana foram discutidas.
O chefe do Governo cabo-verdiano disse que os EUA continuam a reconhecer os esforços de Cabo Verde a favor da paz na região oeste-africana, bem como os esforços conjuntos dos dois países no combate ao tráfico de estupefacientes, para a boa governação e políticas macroeconómicas sólidas.
José Maria Neves revelou que, além do reforço da cooperação bilateral nesses domínios, há um trabalho que é necessário fazer em conjunto com os países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), com o intuito de definir uma estratégia comum no combate ao crime.
“Há um grande comprometimento dos Estados Unidos na paz e estabilidade na região (da África Ocidental) e no desenvolvimento das liberdades, da democracia, do Estado de Direito e do respeito e da promoção dos direitos humanos. Cabo Verde tem sido um aliado, um amigo, um parceiro útil para que esta região seja de paz e estabilidade, para que haja cada vez mais liberdade, democracia e agendas consistentes de desenvolvimento”, afirmou.
José Maria Neves disse ter analisado também com Hillary Clinton aspetos ligados ao segundo compacto do Millennium Challenge Account (MCA), cujo acordo de 66,2 milhões de dólares (50 milhões de euros) será assinado a 10 ou 11 de fevereiro próximo.
O arquipélago foi o primeiro país do mundo a merecer o segundo compacto do MCA, um dos principais instrumentos de cooperação bilateral norte-americana e que desta vez vai ter como pano de fundo as vertentes da água, do saneamento, dos direitos de propriedade e da gestão dos solos.
O primeiro-ministro cabo-verdiano salientou que os dois países vão também reforçar as relações comerciais, aproveitando, para tal, o “potencial” da vasta comunidade de cabo-verdianos residentes nos Estados Unidos, estimada em cerca de meio milhão de pessoas.
A passagem da secretária de Estado norte-americana por Cabo Verde foi o último ponto do périplo que ela efectuou esta semana por alguns países da África Ocidental, nomeadamente a Libéria, o Togo e a Côte d’Ivoire.