Mundo Lusíada
Com agencias
Um novo estudo da Organização Mundial da Saúde, OMS, afirma que a obesidade continua aumentando entre os jovens na Europa. O documento que trata da saúde e do bem-estar dos jovens foi lançado esta quarta-feira, durante o Congresso Europeu sobre Obesidade que está sendo realizado na cidade do Porto, no norte de Portugal.
A diretora regional da OMS para a Europa, Zsuzsanna Jakab, disse que “apesar dos esforços para combater a obesidade infantil, um em cada três adolescentes está acima do peso ou é obeso”.
As taxas mais altas estão sendo encontradas nos países do sul do continente e na área do Mar Mediterrâneo. Para ela, essas dados são preocupantes porque essas áreas sempre apresentaram os níveis mais baixos de obesidade.
Jakab declarou que é necessária uma ação política ambiciosa para atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável para travar o aumento da obesidade infantil.
Dados em Portugal
O estudo mostra alguns dados interessantes sobre o comportamento dos adolescentes europeus entre 13 e 15 anos, tendo como base 2014, que foi o último ano com registro.
Portugal está no `top 5´ da obesidade infantil, ficando atrás da Grécia, Macedónia, Eslovénia e Croácia. Um em cada 10 rapazes de 11 anos tem excesso de peso em Portugal.
No caso dos portugueses, a prevalência da obesidade pode chegar no ponto mais alto a 10,2%. Na França, o índice é de 4,6%, na Alemanha, 5,3% e na Rússia: 7,1%.
Ainda sobre Portugal, o consumo de frutas atingiu o máximo de 43% mas o de legumes é de pouco mais da metade desse índice.
Os meninos participam de mais atividades físicas do que as meninas, mesmo assim essa taxa não é muito alta, 52%. No caso das meninas de 13 anos, ela foi de apenas 19%.
O consumo de refrigerantes ficou pouco acima dos 20%. Ficar em frente ao computador por mais de duas horas é a diversão preferida para 71% dos meninos e 56% das meninas.
Já no caso da televisão, o índice passou dos 60% entre meninos e meninas de 13 anos.
Desafios
A OMS considera a obesidade infantil um dos mais sérios desafios de saúde pública do século 21. Segundo os especialistas, as crianças obesas correm mais risco de sofrerem de diabetes tipo 2, asma, dificuldade para dormir e problemas nos ossos.
Eles alertam ainda para a possibilidade de futuros problemas cardiovasculares e psicológicos, ausência escolar e isolamento social.
O coordenador do programa de Nutrição, Atividade Física e Obesidade da OMS/Europa, João Breda, disse que o problema tem graves consequências no futuro.
Segundo ele, a “maioria dos jovens não superará a obesidade: cerca de quatro em cada cinco adolescentes que se tornam obesos continuarão a ter problemas de peso na idade adulta”.
Entre as ações para combater essa situação, a OMS cita que iniciativas e intervenções políticas precisam atingir os adolescentes de alto risco no contexto das famílias, escolas e comunidades.
Além disso, devem ser priorizadas políticas que melhorem o acesso dos jovens a dietas saudáveis.