Da Redação
Dentro do Ciência sem Fronteiras, o governo brasileiro abriu o “Apoio ao doutorado-sanduíche reverso”, um programa de mobilidade lançado com o objetivo de fomentar redes de cooperação de ensino e de pesquisa entre a região do Rio de Janeiro e o resto do mundo.
Como diversos outros estudantes, Daniela Marques, estudante do Programa Doutoral em Engenharia Civil na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) realizou, entre setembro e dezembro de 2014, um estágio de quatro meses na Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), onde teve a oportunidade de desenvolver ensaios de modelação física com uma centrífugadora geotécnica.
De acordo com a estudante, de 30 anos, a única centrífugadora geotécnica existente em Portugal encontra-se desativada, portanto a realização deste estudo só foi possível com a colaboração da UENF.
“A minha investigação de doutoramento tem uma grande componente de modelação numérica, mas é muito importante realizar simultaneamente estudos experimentais, que complementem e validem as modelações numéricas. A centrifugadora geotécnica é uma ferramenta poderosa para avaliar os fenômenos físicos impossíveis de serem simulados em escala real, como, muitas vezes, é o caso dos aterros sobre solos moles reforçados com colunas de brita. Os resultados dos modelos físicos serão então comparados com os resultados da modelação numérica das mesmas estruturas, permitindo avaliar a fiabilidade da modelação numérica”, explica a estudante, que contou com a orientação de Fernando Saboya Júnior, professor do Departamento de Engenharia Civil da UENF.
O acolhimento de estudantes de outros países em Programas de Pós-Graduação da UENF tem um efeito otimizador na quebra de barreiras com os estudantes brasileiros, incentivando-os a adquirirem experiências no exterior. Uma tendência que “está em crescimento, fruto de novas associações e parcerias”, aponta o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UENF, António Teixeira do Amaral Júnior.
Promovido pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, pela Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), o programa de “Apoio ao doutorado-sanduíche reverso” permite que estudantes de doutoramento matriculados em Programas de Pós-graduação estrangeiros realizem estágios – entre quatro a 12 meses – em instituições sediadas no Estado do Rio de Janeiro.