Da Redação
Com agencias
Os estrangeiros representaram 12% do total das mais de 12 mil vendas da imobiliária ERA em 2016, com especial destaque para franceses, ingleses e brasileiros, segundo o diretor geral da empresa, Miguel Poisson.
Na apresentação dos resultados do ano passado e das perspetivas para 2017, o responsável notou o grande aumento de compras por reformados franceses, uma nacionalidade que prefere sobretudo Lisboa, Porto e Algarve.
Entre os estrangeiros, os franceses representam cerca de 25% das transações, seguidos dos ingleses (14%) e brasileiros (6%), precisou Poisson, perspetivando que os cidadãos do Brasil ganhem mais expressão.
Portugal também tem despertado interesse entre nórdicos e naturais do Médio Oriente, continuando os chineses a protagonizarem muitas transações, no âmbito dos denominados vistos ‘gold’, acrescentou. O crescimento no mercado imobiliário em Portugal vem dos últimos dois anos
A faturação da ERA subiu 30% em 2016, em relação a 2015, com Miguel Poisson a remeter para a convenção anual da empresa, agendada para março, a divulgação de números absolutos.
Em termos de venda de imóveis, a ERA registrou 1500 milhões de euros e informou que 2016 foi o melhor ano de sempre desde que chegou a Portugal, em 1998.
O preço médio de venda de imóveis no ano passado foi de 123 mil euros, com Poisson a notar que na análise dos valores envolvendo compradores estrangeiros há preços mais elevados.
A nível das vendas ao abrigo do regime fiscal para residentes não habituais, aproveitado sobretudo pelos franceses, a média de compra é próxima dos 250 mil euros, referiu. O Mundo Lusíada já tinha divulgado que o valor pedido por apartamentos novos em Lisboa atinge 1,5 milhões de euros.
Para o aumento de vendas contribuíram as famílias nacionais, que “tinham estado a adiar” as compras, e o crescimento da atribuição do crédito à habitação, de 44% em 2016 face a 2015 para 5800 milhões de euros.
O arrendamento representou no ano passado apenas 16% das transações da ERA, com Poisson a notar que os centros das cidades com interesse turístico têm concentrado o interesse dos investidores sobretudo nos contratos com “clausulas com subarrendamento”.
Para 2017, a ERA estima que o mercado imobiliário cresça cerca de 20% e que o crédito à habitação suba entre 25 a 30%.
“É provável que se assista à entrada de mais fundos estrangeiros, como dos Estados Unidos e do Reino Unido, em Portugal” na compra de empreendimentos semiacabados e que podem colmatar a falta de imóveis novos nas principais cidades, e em particular no Algarve.
Este ano também deverá ficar marcado com o aumento de projetos de construção nas zonas mais turísticas, referiu o responsável, afirmando ser “urgente” dar resposta à grande procura, nomeadamente nas proximidades de Lisboa.
Conforme divulgou a Lusa, a ERA tem uma rede de 186 lojas em todo o território nacional e mais de 2350 colaboradores.