Estão matando a Língua Portuguesa

Por Daniele Vilela Leite 

Como é gostoso acordar de manhã e verificar uma mensagem de bom dia no celular. Ou, então, ter o prazer de receber pelo e-mail o texto de um amigo muito querido e que há muito tempo não se vê! Bom isso, não é?

Mas, infelizmente, a carga de trabalho do dia a dia nos obriga a “economizar” tempo, o que acaba acontecendo até na grafia de muitas (ou todas) palavras da nossa amada língua portuguesa.

É fácil perceber muitas abreviações, bem como palavras com letras trocadas, tais como “axo” no lugar de “acho”, pois há quem pense que apenas uma letra a menos fará grande diferença para a economia de tempo. Chega a ser impressionante ver como as pessoas estão se apegando a essa prática.
O problema é que acabam transferindo essas abreviações para a escrita dos textos escolares, cartas, entre outros. Isso sem falarmos nos erros ortográficos gritantes quando usam “L” no lugar do “U” e vice-versa. O uso de “m” antes das consoantes “p” e “b”, então, parece simplesmente esquecido. E quando lemos em um texto a mais nova palavra “concerteza”? Isso sem nos esquecer do “porisso” e, ainda pior, “poriço”. Tudo isso é lastimável!

Além do problema que temos hoje dia, “o escrever de modo rápido e prático”, precisamos pensar também na atuação dos alunos em sala de aula. Eles estão realmente aprendendo a Língua Portuguesa? O conteúdo aplicado nas escolas supre a necessidade de cada um deles? E em casa? Pais e responsáveis incentivam a leitura? Leem com seus filhos e auxiliam na lição de casa?

Para ter um bom estudo e escrever corretamente, não é suficiente ir à escola, copiar o conteúdo da lousa e, simplesmente, guardar o material na mochila e usá-lo novamente na aula no dia seguinte. O professor tem, sim, a função de explicar e ensinar a matéria de boa qualidade, mas os pais também precisam acompanhar os filhos em casa nas atividades escolares.

Há grande, importante e indispensável preocupação com o ensino da matemática. Queremos que as crianças aprendam a somar, subtrair, multiplicar e dividir. Queremos que saibam a tabuada “de cor e salteada”. Não que não seja importante, é de grande e reconhecido valor, mas por que não tratar a nossa gloriosa Língua Portuguesa com a mesma ênfase e seriedade?

Por favor, vamos resgatar a nossa língua nativa e valorizá-la cada vez mais, pois estão, cada vez mais, matando a Língua Portuguesa!

 

Daniele Vilela Leite
Orientadora Educacional na empresa Planeta Educação. Formada em Serviço Social pela Univap, com experiência em trabalhos relacionados à Educação.

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