Da Redação
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) irá “apoiar e monitorizar” o cumprimento pela Guiné Equatorial, que deverá aderir à organização no dia 23, dos “princípios fundamentais” do bloco lusófono, declarou o ministro português dos Negócios Estrangeiros.
Questionado sobre a entrada da Guiné Equatorial na CPLP, que deverá ser decidida na cimeira de chefes de Estado e de Governo da organização, em Díli, no dia 23, o ministro Rui Machete afirmou que “todos os membros aceitaram o novo membro”.
A adesão deste país “há de traduzir-se num esforço de ajudar e de algum modo monitorizar os esforços para que o novo membro cumpra e se aproxime cada vez mais dos princípios fundamentais da organização, mas não é apenas um esforço português”, afirmou aos jornalistas o chefe da diplomacia portuguesa, à margem de uma conferência internacional sobre “A Segurança no golfo da Guiné”, que decorre hoje no ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa.
Questionado sobre se a CPLP poderá criar uma estrutura de observação do respeito pelos direitos humanos em Malabo, Rui Machete remeteu para a cimeira: “Vamos ter de ver o que é que vai decorrer da reunião que vai realizar-se em Díli”.
O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, chega a Timor-Leste no próximo dia 17 e vai permanecer no país até dia 29, segundo anunciou em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros timorense.
Dedicada ao tema “CPLP e a Globalização”, a cimeira assinala o primeiro alargamento e o regresso da Guiné-Bissau à organização, após a suspensão decretada na sequência do golpe de Estado de 2012.
A entrada da Guiné Equatorial tem sido fortemente contestada por várias organizações da sociedade civil, que acusam o governo de Obiang de vários atentados aos direitos humanos e à liberdade no país.