Estado Português homenageia Antonio de Oliveira Lopes

Solenidade realizada no Consulado de Santos marcou a entrega de uma Comenda autorizada pelo presidente Cavaco Silva e entregue pelo Cônsul-honorário de Portugal em Santos, Armênio Mendes.

Por Odair SeneMundo Lusíada 

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>> Além da Comenda, Antonio Lopes recebeu uma placa e um diploma. Aqui o homenageado está com seus familiares: Rogério Lopes, Vanessa Lopes, Antonio Fernando Lopes e Maria Alcina.

Na sexta feira, dia 04 de fevereiro de 2011 aconteceu nas dependências do Consulado de Portugal em Santos, uma solenidade comandada pelo Cônsul Honorário Armênio Mendes, na qual o Estado Português prestou uma homenagem com entrega de uma Comenda ao português Antonio de Oliveira Lopes.

Conhecido pela Comunidade portuguesa por “Toninho”, o trasmontano natural de Vila Real vive no Brasil há 44 anos, é empresário ligado à panificação e considerado um dos líderes associativos mais atuantes na comunidade local.

A Comenda é uma honraria legal outorgada pelo Estado, em conformidade à lei orgânica das Ordens Honoríficas Portuguesas. Tal homenagem é aprovada por decreto-lei e tem por objetivo distinguir cidadãos por relevantes serviços à comunidade onde convive, às entidades portuguesas ou ainda à Nação portuguesa.

O Cônsul Armênio Mendes, foi incumbido de proceder a entrega da Comenda ao homenageado, que contou com a presença de seus familiares, amigos, dirigentes associativos de Santos, dos deputados portugueses Carlos Páscoa e José Cesário, além de autoridades locais e representantes da comunidade de São Paulo, como do Dr. Vitorino Fontinha Rodrigues, e David Augusto da Fonte.

A Comenda foi concedida pelo Presidente de Portugal Dr. Aníbal Cavaco Silva, pelo empenho de Antonio Lopes em prol da comunidade. Em mais de quatro décadas no Brasil, Toninho formou família no país de acolhimento, tendo se casado com Maria Alcina Lopes, com quem teve dois filhos hoje formados em medicina: Antonio Fernando Batista Lopes (ortopedista) e Vanessa Lopes (ginecologista).

Ao Mundo Lusíada, Antonio Lopes disse que sempre esteve muito empenhado para que os emigrantes de Santos nunca esqueçam Portugal. E disse que este reconhecimento do Governo é, para ele, muito valioso, especialmente quando o ato reconhece alguém em vida.

“É importante sim, eu fui conselheiro das Comunidades em duas gestões na época que concorríamos com voto, era muito difícil porque tínhamos muitos concorrentes e eu ganhei nas duas eleições, pude fazer um trabalho que hoje é reconhecido”.

Toninho disse que espera servir de incentivo para seus filhos e para os filhos dos demais dirigentes associativos, para que eles façam alguma coisa pela nossa comunidade, “senão, daqui a pouco, acabaram as nossas raízes”, completou.

Entre outras atividades, Antonio Lopes foi conselheiro do Conselho da Comunidade por duas gestões, presidiu a Casa de Portugal de Praia Grande, depois foi presidente do Conselho Deliberativo da entidade. Foi diretor de várias entidades como da União Portuguesa e Centro Português além de outras co-irmãs. Foi presidente atuante da UNEPA (União dos Panificadores) na qual atualmente é um dos diretores.

Hoje ele mantém suas atividades profissionais e associativas, sendo o presidente da facção santista do PSD (Partido Social Democrata), para o qual se orgulha em dizer que “está muito bem” tendo marcado votação expressiva nas eleições de janeiro. “Tivemos mais votação aqui do que em São Paulo e Rio de Janeiro”, disse.

Feliz por receber a Comenda das mãos do Cônsul Honorário Armênio Mendes, Antonio Lopes disse que seu trabalho sempre foi muito focado em Santos, e nada mais justo que a entrega fosse pelo representante maior do Governo de Portugal na região.

“É uma alegria muito grande porque para mim ele [o Cônsul] foi a pessoa que mais fez pelo nosso Consulado, sendo inclusive um grande responsável pela votação [presidenciais] que tivemos em janeiro”.

A solenidade, que teve comando protocolar do apresentador do Programa Portugal e Sua Gente, Gabrielo Gabbrielleschi, foi acompanhada por muitos líderes associativos de Santos, autoridades locais, como de São Paulo e até de Portugal.

Após a entrega da honraria, o homenageado falou em tom de agradecimento, até se referir a esposa Maria Alcina a quem deve muito pelo empenho e apoio recebido, instante que teve sua voz embargada e, visivelmente emocionado, fez referências aos filhos Fernando e Vanessa e ainda fez questão de compartilhar a homenagem com todos que colaboraram consigo nas entidades por onde passou. Os presentes o aplaudiram.

Depois da entrega da Comenda falou o deputado José Cesário, que parabenizou o Cônsul Armênio Mendes e ainda destacou sua satisfação em ver ali reunidos os “principais vultos” da comunidade de Santos, “todos unidos para assistir uma homenagem que, ao final pertence a todos”, disse.

O deputado Carlos Páscoa lembrou que a comunidade passou por momentos “complicados” mas ultrapassou seus obstáculos pela força de seus membros.

Falou da manutenção dos serviços diplomáticos que foram, não só mantidos, mas imensamente melhorados com o trabalho do Cônsul Armênio Mendes e sua equipe liderada pelo elogiado José Augusto do Rosário.

Por fim falou o Cônsul Armênio Mendes que parabenizou o amigo Toninho pela Comenda e lembrou de críticas recentes feitas por ele ao Governo de Portugal por entender que havia descriminação aos imigrantes.

“Neste momento nós estamos vivendo exatamente o inverso, estamos vendo o Governo reconhecendo a dedicação de um homem que se doou pela comunidade portuguesa”, falou comentando que a crítica surge quando se vê atos incorretos, como surgem elogios quando se vê atos corretos, como este que deveria existir com frequência para incentivar as pessoas a se comprometerem mais com as coisas portuguesas.

Segundo o Cônsul, as entidades (de modo geral) passam neste momento por grandes dificuldades, algumas correndo o risco de “desaparecerem” se não forem melhores geridas. Uma das soluções dadas como exemplo foi a recente fusão entre duas entidades em Santos que criou o Centro Cultural Português. Certamente mais fortalecido que as duas antigas.

Por fim o Cônsul solicitou aos deputados para levarem o pedido para uma homenagem ao português Joaquim da Rocha Brites, hoje com 89 anos, que teve diversas atitudes elogiáveis e jamais recebeu algum reconhecimento do Governo português por tanto que fez e se doou. (Traremos assunto sobre o Sr. Brites na próxima edição).