Paris2024: Judoca Patrícia Sampaio conquista medalha de bronze para Portugal

Mundo Lusíada com Lusa

 

A judoca Patrícia Sampaio conquistou hoje o bronze em -78 kg em Paris2024, ao bater a japonesa Rika Takayama por duplo waza-ari, alcançando a 29.ª medalha olímpica do desporto português, a primeira nesta edição dos Jogos.

Patrícia Sampaio (13.ª) venceu no combate decisivo, o seu quinto na Arena Champ-de-Mars, a nipónica Takayama, nona do mundo e sétima favorita entre as 22 judocas inscritas na categoria, com um segundo waza-ari, resultando em ippon, obtido a 01.02 minutos do final.

O bronze de Sampaio é o quarto do judo português em Jogos Olímpicos, após as medalhas de Nuno Delgado (Sydney2000, -81 kg), Telma Monteiro (Rio2016, -57 kg) e Jorge Fonseca (Tóquio2020, -100 kg).

“É uma felicidade gigante. Ainda com poucas palavras para expressar o que estou a viver, muita gratidão por toda a gente que esteve ao meu lado. Muita gratidão por toda a gente que me ajudou a alcançar este feito”, disse ela.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assinalou e felicitou a medalha de bronze olímpica conquistada hoje pela judoca em Paris2024. “O Presidente da República felicita a judoca Patrícia Sampaio, pela medalha de bronze esta tarde obtida nos Jogos Olímpicos de Paris. O desporto nacional e o judo em particular têm uma nova medalhada olímpica, que merece ser assinalada e felicitada”, lê-se em nota da Presidência.

Tomar

Patrícia mostrou-se hoje orgulhosa por representar a Sociedade Filarmónica Gualdim Pais, revelando que estar “num ambiente pequeno e acolhedor” é parte do segredo para o seu sucesso. A instituição de Tomar parabenizou a judoca, ainda o “mestre” Igor Sampaio, irmão e treinador da judoca, por “mais um objetivo cumprido”: “A vossa dedicação e o amor à modalidade são um exemplo a seguir por todos”.

Aos 25 anos, a nova medalhada olímpica lusa fez, no rescaldo da conquista do bronze em -78kg, uma ode ao seu clube e à sua  cidade. “É muito especial. Em Tóquio, foi muito especial ter sido a primeira atleta olímpica a representar um clube de Tomar. Só aí já foi história para a minha cidade. Agora, para além de ser história para a cidade, é história para o país”, reconheceu.

“Eu gosto muito do sítio onde moro, gosto muito do clube onde estou. Claro que tento sempre treinar fora, no estrangeiro, tenho ajuda sempre de outros treinadores, outros treinadores nacionais ou de amigos, às vezes, onde eu tenho de treinar. E eu sou um pouco disso tudo. Mas tenho muito amor à camisola, muito amor ao meu clube. E tenho muito orgulho em representá-lo. Nós somos poucos, mas somos como uma família”, descreveu.

Essa família reuniu-se hoje para a ver “num grande ecrã” e esteve “lá a sofrer de longe”, contou aos jornalistas na zona mista da Arena Champ-de-Mars, em Paris.

“E isso é muito importante para mim, porque estou num ambiente pequeno e acolhedor e sinto-me em casa, sinto-me em família e isso para o meu sucesso, para a minha preparação também é importante. Eu sinto-me na minha zona de conforto quando estou lá”, confessou.

No seu discurso, Patrícia Sampaio não esqueceu duas pessoas, o treinador Marco Morais e o irmão Igor, muito interventivo desde as bancadas.

“Ouvi algumas coisas, mas de fora ouvi muito pouco. Acho que hoje estava mesmo… mesmo o Marco nem sempre eu ouço. Leio os lábios ou os gestos que ele faz com as mãos. Porque, às vezes, com aquela barulheira toda, por muito que queiramos, é difícil focar numa voz. Portanto, eu prefiro… Ele está perto, eu tenho confiança naquilo que ele está a dizer, olho e às vezes é só tipo um fixe, ou a mão assim, ou ‘faz isto’, ou ‘continua’”, explicou, enquanto gesticulava para exemplificar.

Se nem precisou de ouvir Marco Morais, bastando “ler a linguagem gestual”, a judoca tomarense conseguiu “ouvir de vez em quando” o irmão, com quem treina todos os dias, ao contrário do que aconteceu com Telma Monteiro ou Catarina Costa, que muito foram gritando pela colega nas bancadas.

Hoje, teve também o apoio de uma das melhores amigas, a também judoca Maria Siderot, além de outros olímpicos da modalidade, como Taís Pina e João Fernando, que abraçou na festa após vencer o combate que lhe valeu a medalha, numa festa que se estendeu à Missão portuguesa e também aos adeptos nacionais que estiveram na Arena Champ-de-Mars.

O bronze de Sampaio é o quarto do judo português em Jogos Olímpicos, após as medalhas de Nuno Delgado (Sydney2000, em -81 kg), Telma Monteiro (Rio2016, -57 kg) e Jorge Fonseca (Tóquio2020, -100 kg).

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