Especialistas de Brasil e Portugal discutem a indústria do futuro

Da Redação

Abertura da 14ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia SNCT 2017. Foto Ricardo Fonseca

Especialistas e gestores do Brasil e Portugal defenderam uma definição do papel das pessoas na indústria do futuro durante o painel da ICT Week 2017 sobre manufatura avançada, no último dia 4 em Brasília. Isso porque novos empregos deverão ser criados, enquanto alguns devem deixar de existir.

“Nosso grande desafio é definir qual deve ser o papel das pessoas na nova indústria do futuro, pois vamos ter muita robotização. A tendência é privilegiar o papel das pessoas nos sistemas produtivos. A minha esperança é que não percamos postos de trabalho, mas que sejam reinventadas novas funções para os seres humanos”, disse o pesquisador Samuel Moniz, do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (InescTec), localizado na cidade de Porto, em Portugal.

Segundo a coordenadora-geral de Serviços Tecnológicos do MCTIC, Eliana Emediato, o Brasil tem investido em programas e escolas técnicas para fortalecer a capacitação profissional. “Uma preocupação é a redução do emprego, mas também temos que ficar atentos para a mudança de emprego. De tempos em tempos isso acontece. Uma função acaba e outras nascem. No momento, estamos numa fase de transição.”

De acordo com o pesquisador Samuel Moniz, a recuperação econômica da União Europeia nos últimos anos aumentou o nível de emprego em Portugal, o que abre caminho para investimentos em inovação e capacitação profissional. “A missão da InescTec é fazer a interface das universidades com as empresas. Estamos assistindo a um período de recuperação econômica na Europa; Portugal vem recuperando empregos e criando novas empresas . Estamos num período positivo que beneficia os canais de investimento. Nesse sentido, podemos, também, contribuir para a agenda estratégica do Brasil no plano de manufatura avançada”, afirmou.

O ICT Week aconteceu até dia 5 com uma série de discussões com representantes do setor privado, academia e governo sobre desafios e oportunidades que se apresentam com o desenvolvimento das novas tecnologias.

Parcerias

Portugal ainda participou da 14ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2017), promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). A ação de cunho científico-educacional busca mobilizar a comunidade científica e estudantil, em especial crianças e jovens, em torno de temas e atividades de ciência e tecnologia, ao valorizar criatividade, atitude científica e inovação; chamar atenção da sociedade para a relevância da C&T para a vida de cada um e para o desenvolvimento do país.

Para 2018, o MCTIC espera internacionalizar a SNCT por meio da linha temática do edital, ao exigir que cada projeto realize atividades em cooperação com outras nações da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). “Queremos que a próxima chamada do CNPq ocorra de maneira similar ao programa de segurança alimentar e nutricional da Unasul [União de Nações Sul-Americanas], no qual uma instituição brasileira tem que apresentar um parceiro de outro país para ser aprovada e receber recurso.”

Historicamente, estados da Amazônia realizam eventos em conjunto com instituições de países como Colômbia, Guiana e Venezuela. Em 2017, houve atividades ligadas às cidades de Ambato, no Equador, e Golfito, na Costa Rica. Além disso, as embaixadas de Angola e Portugal participaram do estande da CPLP montado na exposição da SNCT em Brasília, de 23 a 29 de outubro.

A coordenadora-geral de Popularização e Divulgação da Ciência do MCTIC, Leda Sampson, avalia que o recorde de municípios participantes representa a consolidação de 14 anos de SNCT, com 503.764 atividades, ao todo.

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