Da Redação com Lusa
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) lidera um projeto, financiado com quase 800 mil euros, para melhorar qualidade dos currículos de enfermagem na América Latina e ainda contribuir para a prestação de cuidados de saúde seguros.
O projeto coordenado pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), até dezembro de 2025, vai envolver pelo menos 600 estudantes de enfermagem, 60 docentes e 100 enfermeiros dos contextos da prática clínica, referiu a ESEnfC, em nota de imprensa.
O projeto, intitulado “HAInnovPrev – Empowering Nursing High Education with Innovative Healthcare-Associated Infection Prevention and Control Practices in Latin américa”, beneficia do apoio da União Europeia e nele participam mais cinco instituições de ensino superior – Universidade de Salamanca, em Espanha, Universidade Federal do Rio de Janeiro e Universidade Federal de Viçosa, no Brasil, Universidade Andina del Cusco e Universidade Nacional Autónoma de Chota, no Peru.
O consórcio propõe-se desenvolver um “inovador modelo pedagógico de ensino-aprendizagem, ajustado ao contexto da América Latina (modelo HAInnovPrev), sustentado em investigação, com o foco na prevenção e controle de infecções associadas aos cuidados de saúde (IACS) e da resistência aos antimicrobianos (RAM)”.
“Prevê-se melhorar os currículos e a qualidade do ensino” nas instituições parceiras, “fomentar o desenvolvimento profissional contínuo dos professores e a cooperação interinstitucional, aumentar o nível de competências dos estudantes, adequando-as às necessidades do mercado de trabalho e da sociedade, bem como promover a prevenção e controlo de IACS e da RAM, melhorando, de um modo global, a segurança e qualidade nos cuidados de saúde”, lê-se na ficha do projeto liderado pela ESEnfC, estabelecimento português que já interveio, neste mesmo âmbito, com universidades do continente asiático no projeto PrevInf.
Além do modelo pedagógico HAInnovPrev, vão ser produtos deste projeto um conjunto de cenários de simulação para aprendizagem clínica e um e-Book, adaptados ao contexto cultural da América Latina.
De acordo com a fundamentação do projeto, “as infeções associadas aos cuidados de saúde e a resistência aos antimicrobianos constituem um problema de saúde e um desafio a nível global, com elevados custos e impacto nos resultados para os clientes, para os profissionais e para os sistemas de saúde”, sendo que “esta problemática, acentuada pela pandemia de covid-19, reveste-se de particular importância na América Latina, que enfrenta dificuldades decorrentes da pressão contínua das organizações de saúde, para garantir o acesso a cuidados de saúde com segurança e qualidade”.
A equipa da ESEnfC que integra o projeto é composta pelos professores Anabela Salgueiro Oliveira, Maria da Conceição Bento, João Graveto, Pedro Parreira, Manuel Chaves e a coordenadora Teresa Neves.
O HAInnovPrev é ainda constituído pelos investigadores Paulo Costa e Filipe Santos e, ainda, pelos técnicos João Pardal e Rita Gonçalves.
O projeto tem um financiamento de 799.566 euros, proveniente da União Europeia.
A ESEnfC deu ainda nota de que 18 professores das seis instituições participantes no projeto estiveram, durante esta semana, em Coimbra, para o primeiro encontro transnacional do HAInnovPrev.