Da Redação
Com Lusa
O ex-presidente executivo da Galp, Ferreira de Oliveira, alertou para as grandes oportunidades das universidades e empresas portuguesas para os investimentos que Brasil, Angola e Moçambique vão fazer nos próximos 20 anos na exploração de petróleo e gás.
Manuel Ferreira de Oliveira, que falava na apresentação do estudo anual sobre Energia realizado pela BP, em 02 de julho, afirmou que Portugal “tem capital humano” para conseguir aproveitar os cerca de 1,7 triliões de euros de investimento previstos para estes três países lusófonos para desenvolver as suas explorações petrolíferas e de gás natural.
“Estes números são quase assustadores”, disse, acrescentando que, segundo a Agência Internacional de Energia, nos próximos 20 anos, o nível de investimentos que o setor tem nos três países é de 1,9 triliões de dólares (1,7 triliões de euros), divididos entre 1,4 triliões de dólares no Brasil, 300 mil milhões em Angola e 200 mil milhões em Moçambique.
“Temos de estimular as universidades, o sistema científico português e a indústria portuguesa a fazer uso desta informação, perceber o que está atrás desta informação e ver como se pode contribuir para participar neste gigantesco desafio que a lusofonia tem pela frente”, afirmou Ferreira de Oliveira.
O ex-presidente da Galp propôs criar em Portugal “um centro de competências e de saber” no setor de petróleo e gás “ao serviço das economias lusófonas que tanto precisam nas próximas décadas”.
Ferreira de Oliveira deu o exemplo da Escócia, em que nos anos 70 do século passado, quando foram descobertas jazidas de petróleo no Mar do Norte, criaram “um centro de saber e de saber fazer”. Atualmente, “Edimburgo é um grande centro de saber em termos de petróleo e gás, de investigação e de trabalhos de ponta para todo o mundo e Aberdeen é um centro de saber fazer, onde estão imensas indústrias de prestação de serviços que vão para todo o mundo”.
Para o gestor, os investimentos previstos pelos países lusófonos no petróleo e gás “é uma oportunidade única na história do país e coincide com o momento de transformação do sistema energético do mundo e poderemos dar algumas cartas se quisermos”.
Ferreira de Oliveira alertou ainda que dos nove países que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), “oito deles têm potencial petrolífero”.