Da Redação com Lusa
Cinco ‘start-ups’ portuguesas e brasileiras foram premiadas num concurso de inovação e empreendedorismo organizado em Macau, dedicado às empresas de tecnologia de Portugal e do Brasil.
O concurso, organizado pela primeira vez pela Direção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) do território, tem como objetivo, de acordo com um comunicado, “intensificar a cooperação” com os países de língua portuguesa em “matéria de inovação de ciência e tecnologia”.
O júri, composto por 10 membros, incluindo representantes de investidores, instituições financeiras, investigadores científicos e empresários de tecnologia, premiou cinco empresas nesta primeira edição.
O projeto da Biosolvit, empresa brasileira de biotecnologia na área da proteção ambiental, obteve o primeiro prêmio, no valor de 100.000 patacas (10.786 euros).
Em segundo e terceiro lugar ficaram o projeto da Nu-Rise, uma ‘start-up’ de Aveiro na área da radioterapia, e o da Ryapurtech, empresa igualmente de Aveiro, na área de biofármacos, tendo-lhes sido atribuídos prêmios monetários de 80.000 patacas (8.629 euros) e 50.000 patacas (5.393 euros), respetivamente.
Foram ainda atribuídas mais duas distinções, ambas a empresas brasileiras, no valor de 30.000 patacas (3.235 euros), ao projeto Bioo (“Prémio de Maior Potencial de Desenvolvimento na Área da Baía”) e ao projeto Pocket Clinic, que desenvolve soluções de saúde para diabéticos (“Prêmio de Transferência do Valor Científico e Tecnológico”).
Com a realização deste concurso, a DSEDT espera “reforçar a função [do território] como plataforma entre a China e os países de língua portuguesa” e “explorar mais projetos inovadores de ciência e tecnologia do Brasil e de Portugal”, “ajudando-os a instalarem-se em Macau” e permitindo “a expansão dos seus negócios no interior da China”.
Além dos prêmios monetários, as empresas vencedoras poderão visitar a zona da Grande Baía e contactar “com as instituições de investimento e financiamento e incubadoras do interior da China e de Macau”.
O concurso contou com a participação de um total de 20 projetos, recomendados por oito incubadoras e instituições de ensino superior de Portugal e do Brasil.
Organizado pela DSEDT, em colaboração com o Centro de Incubação de Negócios para os Jovens de Macau, Banco da China e a empresa Parafuturo de Macau, o concurso também se destina a contribuir para a “diversificação (…) da economia” do território, muito dependente da indústria dos casinos e do turismo chinês.
No final de setembro, o Governo de Macau afirmou que quer apostar na cooperação em “campos emergentes” com os países lusófonos, incluindo na área da tecnologia e proteção ambiental, no âmbito da criação do projeto chinês da mega-metrópole da Grande Baía.
Nessa altura, o chefe do Governo do território, Ho Iat Seng, sublinhou que Macau pretende “maximizar o seu papel” como plataforma “de intercâmbio e cooperação (…) com os países de língua portuguesa e a Região do Pan-Delta do Rio [das Pérolas]”.
A Grande Baía é uma região com mais de 80 milhões de habitantes que Pequim está a formar e que integra as regiões administrativas especiais chinesas de Macau e Hong Kong e nove cidades da província de Guangdong.