Empresários brasileiros em Angola reforçam exportações

Portugal também participa da feira em Luanda, com  trocas comerciais com Angola a atingiram em 2013 “a melhor marca de sempre”, ultrapassou os 7500 milhões de euros.

Mundo Lusíada
Com agencias

Cerca de trinta empresários brasileiros estão em Angola para tentar reforçar as relações econômicas entre os dois países, numa altura em que as compras angolanas ao Brasil são as mais importantes no mercado africano.

A missão à África Austral organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) chegou em 21 de julho a Luanda, depois de África do Sul e Moçambique, tendo o reforço das exportações brasileiras para Angola como objetivo central.

Em declarações à Lusa, o porta-voz da Apex, Rafael Ribeiro, explicou que a deslocação a Angola, que envolve encontros de negócios e reuniões, integra empresários sobretudo do ramo das máquinas e equipamentos, construção, alimentação, bebidas e cosméticos.

“Temos no total um fluxo de exportações do Brasil para Angola, em 2013, de 1.300 milhões de dólares [942 milhões de euros]. A nossa expectativa é que, naturalmente, com esta missão, se possa incrementar ainda mais esse volume de exportações”, afirmou o responsável da Apex, à margem de um seminário sobre oportunidades de negócio, que decorreu em Luanda.

De acordo com Rafael Ribeiro, além do reforço das exportações, da agência brasileira pretende “estimular” empresários brasileiros, durante esta missão, a instalarem-se em Angola.

“As nossa exportações continuam a crescer, continuamos a investir em Angola. As empresas que trouxemos estão motivadas a investir e existe um potencial de exportação expressivo”, garantiu ainda.

Atualmente, segundo a Apex, Angola é o principal destino em África das exportações brasileiras, logo seguida da África do Sul. “Angola é sem dúvida nenhuma o país que mais compra do Brasil e que por isso tem grandes expectativas de concretização de negócios nesta missão”, assegurou Rafael Ribeiro.

No âmbito desta visita, empresas angolanas interessadas em realizar negócios com fornecedores brasileiro terão acesso a financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento e Social (BNDES), do Brasil, nomeadamente com “condições especiais de prazo e juros”.

A missão brasileira em Angola prolonga-se até 26 de julho e tem ênfase especial durante a Feira Internacional de Luanda, que começa dia 22 na capital angolana.

A feira tem como lema “Os Desafios da Atração de Investimento: Estratégia, Legislação, Instituições, Infraestruturas e Recursos Humanos”. Esta 31ª edição vai decorrer num espaço superior a 28 mil metros quadrados, divididos em 7 pavilhões. Terá uma presença de cerca de 1000 expositores, de 39 países, a maior representação numérica de todos os tempos em expositores e países. E tem como missão promover as potencialidades do mercado, posicionando-se como parceiro do Governo na captação de investimento privado, na perspectiva de um desenvolvimento econômico sustentável em Angola.

Portugal

A AICEP Portugal Global, no âmbito da candidatura apresentada ao QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional), irá dinamizar a presença portuguesa no evento, assumindo a organização do Pavilhão de Portugal, com a presença de diversas instituições em seu stand.

Portugal é o maior investidor estrangeiro em Angola, com exceção do setor petrolífero, segundo o Vice-Primeiro-Ministro, Paulo Portas, que visitou a feita em Luanda. As  trocas comerciais entre os dois países, que atingiram em 2013 “a melhor marca de sempre”, ultrapassou os 7500 milhões de euros anuais, e com 2014 seguindo pelo mesmo caminho. Ainda no país existem 8800 empresas portuguesas a atuarem no mercado angolano.

“As relações econômicas entre Angola e Portugal são fortíssimas, eu diria mesmo que não há nenhum outro país no mundo com quem Portugal tenha uma relação tão intensa como com Angola”, referiu Paulo Portas.