Da Redação
Estima-se que cerca de 3 milhões de brasileiros vivam fora do país, conforme o Itamaraty. Os Estados Unidos representam quase 50% desse contingente, com 1,4 milhão de pessoas.
Em um cenário como o vivido pelo Brasil nos últimos anos, de aumento da violência urbana e de crise econômica, houve um crescimento na procura pelas possibilidades para viver no exterior, especialmente nos EUA e Europa, e, se necessário e possível, comprar ou investir em imóveis no exterior.
Segundo Leandro Teles, fundador e CEO da Investor$Inc, assessoria especializada em assessoria imobiliária internacional, hoje existe um novo tipo de imigrante brasileiro indo para os EUA. Diferentemente de anos atrás, quando esse imigrante ia como turista ou até mesmo pelas fronteiras, passando a viver ilegalmente no país e trabalhando na construção civil, restaurantes e serviços de limpeza.
Hoje, esse novo imigrante é empresário, profissional liberal ou aposentado. Pessoas que alcançaram estabilidade financeira e buscam um lugar mais seguro para viver com a família, criar os filhos e ter, entre outros, um bom carro sem se preocupar com segurança.
Nesse cenário, a assessoria Investor$Inc surgiu não somente para imóvel, mas para serviços que envolvem, por exemplo, trabalhos contábeis, tributários e abertura de conta em banco. Leandro explica que toda a experiência da Investor$Inc no mercado, nas unidades no Brasil e nos EUA, permitiu aumentos médios de 215% nas vendas de 2012 até 2017.
Em 2018, a companhia, que oferece assessoria completa da negociação de imóveis nos Estados Unidos (processo de busca e compra, remessa de divisas, criação de estruturas tributárias, financiamento imobiliário e até decoração), teve aumento de 12% frente ao ano anterior. “A instabilidade e a baixa liquidez dos imóveis no Brasil contribuíram para a redução do crescimento”, explica Leandro.
Segundo Teles, o negócio surgiu após ele adquirir o seu primeiro imóvel em solo americano. A partir disso, passou a ser questionado por amigos e conhecidos sobre os trâmites, dúvidas e dificuldades a serem vencidas. Nesse momento, houve o estalo de que o mercado imobiliário dos Estados Unidos poderia ser uma oportunidade de negócio. A Investor$inc é um dos braços do TelesCorp Group, que já vendeu mais de US$ 100 milhões em negócios imobiliários nos EUA nos últimos cinco anos.
A empresa conta com um portfólio de 5 mil imóveis através da plataforma MLS – novos e revendas – na Flórida, estado no qual é licenciada para atuar. Desde que ingressou no meio, já comercializou 250 imóveis, considerando terrenos, casas e apartamentos.
“O nosso diferencial é oferecermos um serviço de full service, no qual todo o processo de compra é realizado dentro da própria empresa, sem o envolvimento de terceiros. Para adquirir um imóvel nos EUA, basta ter um visto americano válido, incluindo o de turista”, esclarece Teles.
Em geral, os brasileiros interessados em uma propriedade nos Estados Unidos são profissionais liberais e empresários, entre 35 e 45 anos. “O propósito mais comum é o investimento para ter um imóvel na Flórida. Algumas pessoas buscam o mercado imobiliário para fazer investimentos ou gerar renda, como com a locação para temporada. A Investor$inc também oferece esse suporte, pois, em Orlando, há alguns pontos onde a locação nesse formato é proibida”, diz. “Além disso, temos um braço que administra a casa, faz a limpeza, e gere as locações”, acrescenta Teles.
Ao todo, o TelesCorp Group atua em várias frentes para garantir que o processo se mantenha em suas mãos: além da assessoria imobiliária internacional fornecida pela Investor$Inc, o grupo conta com a Florida Tax House (assessoria contábil), Capital Exchange (assessoria de câmbio e remessa de divisas), Snowbird Vacation Homes (administração e locação de casas para temporada) e BWB (construtora para quem quer desenvolver projetos de construção), que conta com 148 projetos em andamento.
O crescimento do mercado imobiliário americano para brasileiros segue um movimento de investidores do país, percebido pelo Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS, na sigla em inglês). O Brasil está na sexta posição entre os países que mais obtiveram o visto EB-5, destinado a estrangeiros que querem investir nos Estados Unidos e, como consequência, recebem o Green Card (incluindo a família e filhos até 21 anos).
De acordo com o USCIS, em 2018, foram emitidas 388 autorizações desse tipo frente a 282 em 2017 – para se ter ideia, em 2011, somente 11 pessoas recorreram a esse processo. Apenas China, Vietnã, Índia, Coreia do Sul e Taiwan ficaram à frente do Brasil. Para se eleger a esse visto, é preciso investir a partir de US$ 500 mil em negócios nos EUA.