Emigrantes apostam no turismo e investem em Montalegre

Foto CM Montalegre

Da Redação com Lusa

Terra de emigrantes, Montalegre tem sido palco de investimentos de quem decide apostar no local onde nasceu: Joe Pinto construiu um hotel e casas de turismo rural e Fernanda Martins concilia uma unidade turística com fumeiro e apicultura.

Aos 62 anos, José Luís Pinto, conhecido como Joe Pinto, reparte o seu tempo entre Montalegre, concelho do Norte de Portugal onde nasceu, e Toronto, no Canadá, para onde emigrou aos 12 anos e onde é consultor financeiro.

O empresário disse hoje à agência Lusa que o investimento concretizado na sua terra natal já ultrapassa os 2,2 milhões de euros, tendo criado oito postos de trabalho até ao momento, mas com perspetivas de aumentar para 12 a 15 no espaço de um ano.

O Hotel Belas Vistas, em Parafita, na margem da barragem do Alto Rabagão, foi inaugurado no início de julho, e possui 13 quartos e duas suítes. Já antes se tinha dedicado à construção e restauro de casas para turismo rural e destacou que a adesão tem sido grande. “Precisava de mais gente para trabalhar mais quartos para vender”, apontou.

Paralelamente são promovidas atividades náuticas, bem como passeios à serra.

“Estou a investir aqui porque gosto e tenho uma paixão por esta terra”, salientou.

Depois de anos emigrada em Inglaterra, Fernanda Martins, com 45 anos, regressou a Montalegre onde abriu numa unidade de alojamento turístico em Outeiro, no Parque Nacional da Peneda-Gerês, atividade que concilia com a apicultura e a produção de fumeiro.

A empresária referiu que a Casa Albelo do Gerês começou com cinco quartos e agora já tem 10 e salientou que já investiu “mais de meio milhão de euros” no concelho.

Fernanda Martins fez um balanço positivo da procura pelos turistas, mas lamentou os fracos acessos para o acesso à propriedade.

Por sua vez, a presidente da Câmara de Montalegre destacou o “saldo migratório positivo” registrado “pela primeira vez em muitos anos”. Ou seja, segundo especificou, no último ano o número de emigrantes que regressou foi superior ao dos que emigraram.

Fátima Fernandes contabilizou “80 emigrantes” que regressaram a Montalegre com as suas famílias, um número que classificou como “um sinal”.

Montalegre celebrou precisamente hoje o Dia do Emigrante, uma iniciativa do município que teve como objetivo homenagear quem saiu do concelho e quem regressa todos os anos à terra natal. O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, associou-se à iniciativa.

“Nós temos uma população que está espalhada por todo o mundo”, afirmou Fátima Fernandes, que lembrou o “grande êxodo” que aconteceu nos anos 60 e 70 do século passado para países como a França, Inglaterra ou Estados Unidos da América.

Muitos regressam à terra natal em agosto, mas muitos também já regressam mais do que uma vez por ano a Montalegre.

“É um gosto ver as aldeias com outra dinâmica e ver outro dinamismo não só econômico, mas principalmente social nas nossas aldeias e na vila”, frisou.

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