Da Redação
Com Lusa
O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas manifestou “satisfação” pela expansão do ensino da língua portuguesa na Venezuela e pela forte influência de Portugal, que, disse, faz com que a maior parte dos alunos sigam a norma europeia.
“Tenho verificado, com satisfação, que hoje estamos a trabalhar com mais alunos de língua portuguesa, em várias escolas e esse trabalho é realizado não apenas na vertente do ensino superior, mas também na vertente do ensino básico e secundário”, disse.
José Cesário falava à Lusa após uma reunião com o coordenador do ensino do português na Venezuela, Rainer Sousa, no âmbito de uma visita a Caracas, durante a qual reuniu-se também com representantes da comunidade lusa e com o vice-ministro venezuelano de Relações Exteriores para a Europa, Calixto Ortega.
“Há interesse de várias escolas por terem bibliotecas, livros portugueses e também um grande interesse por iniciativas de natureza cultural. A presença do coordenador do ensino aqui tem objetivos que têm a ver com o ensino, à escala micro, mas também com a nossa presença cultural”, disse.
José Cesário explicou que foi no mandato do atual Governo e por aposta sua que se criou, instalou e deu estabilidade à coordenação do ensino, mas sublinhou que a tarefa não foi fácil porque “tinha que ser uma pessoa que conhecesse a realidade, que fugisse àquelas questões de termos aqui um professor deslocado, que iria ter problemas gravíssimos de integração”.
Quanto a falta de professores para avançar com o ensino do português no sistema oficial venezuelano, explicou que “a formação de professores” um objetivo dos Governos de Portugal e da Venezuela e a concretização dessa meta “passa por um trabalho de fundo que é preciso ir fazendo”.
“Há pormenores que são significativos, a maior parte dos alunos de português na Venezuela, são alunos de português de acordo com a norma europeia, o que é revelador de que há uma influência nossa, de Portugal, muito forte, mais forte até que a do vizinho Brasil, que seria à partida muito mais fácil”, disse.
José Cesário explicou ainda que no último ano letivo iniciaram “um sistema de certificação das aprendizagens, que também abrange a Venezuela, virado para o ensino básico e secundário” e que o Instituto Camões (IC) passou a ter um sistema de certificação próprio, para os cursos que desenvolve e para outros que não sendo desenvolvidos pelo IC, são acompanhados e apoiados por ele.
“Estamos também a desenvolver já mecanismos de apoio a algumas das escolas existentes, nomeadamente através da distribuição de manuais escolares, o que nos parece também bastante importante”, concluiu.